Concessões do Iraque são ?suspeitas?, diz Blair

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

As concessões do Iraque aos inspetores de armas das Nações Unidas são ?suspeitas?, disse o primeiro-ministro britânico Tony Blair na manhã deste sábado, em reunião do seu partido, o Trabalhista. Blair afirmou que ainda espera que a solução para a crise do Iraque seja resolvida através da ONU, e que os inspetores de arma devem ter mais tempo para trabalhar. Mas, ao mesmo tempo, ele insistiu em que o mundo tem que enfrentar Saddam Hussein. ?Para qualquer um que conheça as táticas de Saddam, existe uma preocupante sensação de déja-vu (já visto)?, disse Blair durante a reunião do Partido Trabalhista em Glasgow, na Escócia. ?Como sempre, no último minuto, são feitas concessões. E, como sempre, é o dedo longo (de Saddam) que as está dirigindo. As concessões são suspeitas; infelizmente, as armas são reais?, disse, numa referência ao decreto de Saddam, promulgado ontem, poucas horas antes da apresentação do relatório do inspetor-chefe da ONU, Hans Blix, proibindo a fabricação e a importação de armas de destruição de massa. O primeiro-ministro disse, no entanto, que as inspeções não devem se prolongar muito além do que é preciso. "O tempo necessário não é o que leva os inspetores a descobrir as armas. Eles não são uma agência de detetives", disse Blair. "O tempo necessário é o que leva a emitir um juizo. Saddam está preparado para cooperar totalmente ou não? Se está, os inspetores podem levar o tempo que quiserem. Se não está, se isto é uma repetição do ocorrido na década de 90, receio que tenhamos dúvida do que está em jogo." Num esforço para apoiar a atitude severa dos Estados Unidos e da Grã Bretanha, Blair disse que o Iraque foi o primeiro país a usar armas químicas contra o próprio povo. "Estamos seguros de que se permitirmos a Saddam conservar essas armas não as usará outra vez?", indagou. Segundo o primeiro-ministro, as armas de destruição em massa nas mãos de estados autoritários representam um grave perigo para o mundo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.