Concorde chega a Londres. É o fim da era dos supersônicos

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Por Agencia Estado
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Três Concordes mergulham sobre o Aeroporto de Heathrow, juntando-se num final espetacular da era das luxuosas viagens supersônicas. O último vôo de Nova York saiu com todos os assentos preenchidos, um feito que tornou-se extremamente raro para um avião que foi uma maravilha tecnológica mas um fiasco comercial. O vôo 002 aterrissou às 16h05, horário local (14h05, horário de Brasília), minutos depois de outros dois Concordes da British Airways. Um veio de Edinburg, Escócia, trazendo vencedores de um concurso para participar do último vôo, e o outro decolara de Heathrow uma hora e meia mais cedo, levando passageiros convidados para um vôo sobre a Baia de Biscaia. Milhares de entusiastas espremeram-se em Heathrow, aplaudindo seu pouso. Mas nem sempre todo mundo gostou do Concorde. Durante anos, muitos criticaram seu terrível barulho e a poluição sonora que isso criava e quase todos achavam o preço da passagem ? US$ 9.000 (R$25.830,00) ? muito cara para uma vôo transatlântico. Julia Zuk, 50 anos, uma das pessoas que esperavam o pouso dos supersônicos, nunca deixou de ter prazer em diariamente observar os elegantes jatos no aeroporto e nunca se importou com o barulho. ?É como usar salto alto?, explicou. ?Eles machucam seus pés, mas você parece muito mais sexy sobre eles de que de salto baixo.? O jato que saiu do aeroporto nova-iorquino John F. Kennedy transportou 11 tripulantes ? sob o comando do piloto Michael Bannister - e 100 passageiros, a maioria celebridades ? como a atriz Joan Collins, a modelo Christie Brinkley, a bailarina Darcy Bussel e o chefe de escuderia da F1, Bernie Ecclestone -, através do Atlântico numa viagem que durou três horas e 30 minutos, a aproximadamente duas vezes a velocidade do som. O avião em forma de asa delta fez sua aproximação final pelo Rio Tâmisa, a uma altitude que possibilitou um último olhar para o Big Bem e o Buckingham Palace. Foi um final agridoce para os cerca de 28 anos de viagens comerciais do supersônico. Os ingleses tinham orgulho da façanha tecnológica que o Concorde personificava e ficaram tristes, porque seus dias nos céus chegam ao fim sem um novo supersônico que tome seu lugar.

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