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Concorde retoma vôos comerciais em outubro

Por Agencia Estado
Atualização:

Mais de um ano depois do grave acidente de Paris, que deixou 113 mortos, o Concorde foi considerado ontem oficialmente apto por Grã-Bretanha e França para retomar os vôos comerciais, informaram a British Airways e a Air France - empresas aéreas que dispõem do supersônico em suas frotas. "Recebemos o certificado de autorização de vôo da CAA (Autoridade da Aviação Civil)", disse o diretor do serviço de passageiros e de operações da British, Mike Street. A British informou que reiniciará os vôos Londres-Nova York em outubro, mas não fixou datas. A Air France, por sua vez, destacou que os vôos Paris-Nova York serão reativados a partir de novembro, porque os tripulantes de seus supersônicos ainda não concluíram a fase de treinamento. A empresa britânica é proprietária de cinco unidades, mas só colocará três em atividade. Os dois supersônicos restantes ainda estão passando pelas reformas prescritas pela CAA. Cada supersônico tem capacidade para transportar cem passageiros. E leva apenas três horas para completar o trajeto Paris-Nova York. Mas os especialistas acham que talvez as empresas não consigam operar os supersônicos com o mesmo sucesso de antes do acidente. Os passageiros vão retornar? Quem vai ignorar o trágico acidente tendo de dispender US$ 11 mil por uma passagem? Funcionários das duas empresas, em entrevistas à rede americana ABC, porém, estão otimistas. "Não acreditamos que isso vá ocorrer dessa forma", declarou um porta-voz da Air France."Trata-se de uma lista de clientes muito específicos, para apenas cem lugares por dia", destacou. John Lampl, assessor de comunicação da British, disse que a empresa tem mantido contatos com antigos usuários regulares dos supersônicos, que ele chama de "nossos 50 clientes especiais". Segundo Lampl, esses usuários são continuamente informados sobre as modificações de segurança que são feitas no avião. "Há pessoas que se utilizam (do Concorde) 20, 30, 40 vezes por ano", acrescentou. "São executivos, presidentes de empresas e financistas." Ele acredita que esse pessoal continuará desfrutando das vantagens "indiscutíveis" da viagem de apenas três horas. Acidente Os vôos do Concorde foram suspensos em julho de 2000, quando um supersônico da Air France levantou vôo do Aeroporto Charles De Gaulle com destino a Nova York e caiu poucos minutos depois em Gonesse, localidade ao norte de Paris. Morreram as 109 pessoas que estavam no interior do avião e mais 4 moradores da região. O acidente teria sido causado, segundo investigações oficiais, por um fragmento de metal que se desprendeu de um DC-10 e caiu na pista. Ao passar sobre o metal, a 300 quilômetros por hora, o Concorde teve um de seus pneus estourado. Um pedaço de borracha atingiu como uma bala um dos tanques de combustível do avião, provocando vazamento e incêndio. Os fabricantes dos aviões, um consórcio liderado pela Airbus, fez várias modificações no Concorde, supervisionadas pelas autoridades da aviação civil da França e da Inglaterra. Os tanques receberam reforços e tiveram suas posições mudadas, enquanto os pneus foram substituídos por outros mais resistentes. "Depois de meses de um duro trabalho de nossos engenheiros, estamos ansiosos por colocar novamente o Concorde no ar", disse Mike Bannister, chefe dos pilotos dos supersônicos da British.

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