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Condenado por 'Caravana da Morte', militar voltará a julgamento no Chile

Ex-chefe do Exército Juan Emilio Cheyere responderá por suposta tortura de 24 prisioneiros após o golpe militar de Pinochet

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Por Redação
Atualização:

SANTIAGO  - Um tribunal do Chile iniciou um novo processo contra o ex-chefe do Exército do país devido à suposta tortura de 24 prisioneiros políticos após o golpe militar de 1973, segundo um documento legal divulgado nesta quinta-feira, 7.

A então presidente do Chile, Michelle Bachelet, ao ladodo chefe do Exército, general Juan Emilio Cheyre, em imagem de 2006 Foto: AP Photo/Santiago Llanquin

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A Corte de Apelações de La Serena, cidade do norte chileno, ordenou a investigação contra Juan Emilio Cheyre, de 71 anos, e outros ex-militares por supostamente submeterem detidos a espancamentos, choques elétricos, simulações de execução, tortura com água, enforcamentos, estupros e agressões sexuais.

Um mandato de prisão para Cheyre foi emitido nesta quinta-feira e ele foi posto sob custódia pouco depois. Uma audiência judicial deve ocorrer, disse um porta-voz da força de polícia investigativa do Chile (PDI) à agência Reuters.

 Até agora Cheyre, que já está em prisão domiciliar por outro crime relacionado, é a autoridade mais graduada a ser responsabilizada por abusos cometidos depois que Augusto Pinochet depôs o presidente chileno Salvador Allende.

Em novembro, ele foi condenado a 3 anos e 1 dia de prisão domiciliar por sua cumplicidade nas mortes de 15 pessoas. 

Ele serviu como auxiliar do comandante do regimento de infantaria da cidade litorânea de La Serena, situada 470 quilômetros ao norte de Santiago. 

Lá, ele testemunhou os assassinatos de 15 pessoas, cometidos por colegas de farda sob as ordens do famoso comitê militar a cargo da “Caravana da Morte” no país, que após o golpe percorreram a nação matando e ordenando a morte de ativistas de esquerda.

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Durante a ditadura de Pinochet, que durou 17 anos, cerca de 3 mil pessoas morreram por razões políticas e cerca de 28 mil foram torturadas, incluindo a ex-presidente Michelle Bachelet. / REUTERS

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