Condenados à morte em Illinois recorrem da sentença

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O sistema da pena de morte foi a julgamento hoje no Estado de Illinois, durante o primeiro de nove dias nos quais serão realizadas audiências de clemência para quase todos os presos condenados à pena de morte no Estado. Victor Brooks, um dos componentes do Conselho de Revisão dos Prisioneiros de Illinois, abriu uma das primeiras das pelo menos 140 audiências de clemências com um pedido de desculpas para os familiares das vítimas por obrigá-los a "revisitar a carnificina infligida a suas vidas". Em uma das primeiras audiências, um parente deixou em lágrimas a sala lotada. Emma Jean Burts perdeu três crianças num incêndio que o condenado Leonard Kidd foi acusado de ter provocado. Kidd, de 48 anos, foi condenado pelo incêndio, ocorrido em 1980, e pela morte de quatro pessoas a facadas, em 1984. Os filhos de Burts e outras sete crianças foram mortas no incêndio. As audiências para quase todos os condenados à morte no Estado de Illinois acontecem depois de o governador George Ryan ter afirmado, no início do ano, que pretendia rever todos os casos de penas de morte antes de deixar o governo, em janeiro. "É algo sem precedentes", disse Robert Dunne, que participa do Conselho de Revisão dos Prisioneiros, antes das audiências. "Normalmente só ouvimos pedidos de clemências de condenados à morte quando suas execuções são iminentes." O governador Ryan declarou uma moratória nas execuções em janeiro de 2000, dizendo que o sistema de pena de morte do Estado estava "cheio de erros" depois que se descobriu que 13 detidos haviam sido condenados por erro, incluindo alguns inocentes. O Estado de Illinois executou 12 presos desde que a pena de morte voltou a vigorar, em 1977. Essa moratória e a decisão de Ryan de não concorrer à reeleição provocaram uma onda de pedidos de clemência por parte dos condenados à morte, que talvez nunca tenham tido uma melhor oportunidade para convencer o governador a poupar suas vidas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.