Condições de trabalho causam 2 milhões de mortes, alerta OIT

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Por Agencia Estado
Atualização:

Mais de dois milhões de trabalhadores morrem por ano devido a acidentes e doenças desenvolvidas no local de trabalho. O alerta é feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estima que três pessoas no mundo perdem suas vidas, a cada minuto, devido às condições de trabalho inapropriadas. Segundo a OIT, a maioria das mortes é causada pela falta de segurança no trabalho. O número poderia ser cortado pela metade se medidas de segurança relativamente simples e baratas fossem adotadas. No ano passado, o número de vítimas no trabalho foi superior ao de vítimas de guerras. Na avaliação da ONU, 650 mil pessoas morreram em conflitos armados em 2001, menos da metade das vítimas no trabalho. Além disso, a falta de segurança no trabalho mata mais que as drogas e o álcool juntos. Somente o contato com substâncias perigosas, como produtos químicos e produtos radioativos, afetou 340 mil pessoas em 2001. A maioria desses trabalhadores desenvolveram câncer, doenças do coração e outros problemas graves. Um dos casos mais sérios é o do amianto, que no ano passado matou 100 trabalhadores, a maioria no setor de construção civil. Em muitos países, principalmente na Europa, o comércio do produto já está proibido e, na França, as empresas que usam o material são multadas. No Brasil, algumas iniciativas também atacam o uso do amianto, como a decisão da prefeitura de São Paulo de banir o uso do produto das construções realizadas pelo município, desde março. Além das mortes, 2 bilhões de pessoas correm o risco de se tornar inválidas a cada ano devido a acidentes de trabalho. Na avaliação da OIT, a agricultura, construção civil e mineração são os setores mais perigosos, tanto nos países pobres como nas economias centrais. O resultado da falta de segurança é um prejuízo significativo para as economias. O número de 2 milhões de vítimas gera, segundo a OIT, uma perda anual no PIB dos países 20 vezes superior ao volume de recursos enviados pelos países ricos às economias em desenvolvimento.

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