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Condoleezza diz que Bush desafiará lei que limitar tropas

Se o Congresso determinar o fim da operação no Iraque, o presidente ´precisará fazer o que o país precisa que seja feito´, disse a secretária de Estado americana

Por Agencia Estado
Atualização:

A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, pediu que o Congresso, controlado pela oposição, não interfira na condução da guerra no Iraque, e insinuou que o presidente George W. Bush desobedecerá uma lei que venha a determinar a redução das tropas. Mas o senador Carl Levin, presidente do Comitê de Forças Armadas do Senado, disse que os parlamentares intensificarão seus esforços para obrigar Bush a mudar seus planos. "O presidente precisa de um freio e de um contrapeso", disse ele, numa referência à expressão tradicional "freios e contrapesos", usada para se referir ao equilíbrio entre os Poderes constituídos nos EUA. Rice disse que as propostas em elaboração por senadores democratas para limitar a guerra são "o pior microgerenciamento de assuntos militares". Ela afirmou que líderes militares, como o general David Petraeus, novo comandante no Iraque, acreditam que o plano de enviar mais soldados é necessário. "Não consigo imaginar uma circunstância em que seja uma boa coisa ter a flexibilidade (dos militares) restringida por gente sentada aqui em Washington, por gente sentada no Congresso", disse Rice. Durante uma entrevista, ela ouviu a pergunta de como Bush reagiria a uma lei que determinasse a retirada das tropas em 120 dias. "O presidente, como comandante-em-chefe, precisará fazer o que o país precisa que seja feito", disse ela. A lei elaborada pelos democratas buscaria limitar a missão das tropas americanas no Iraque, revogando a autorização legislativa, concedida em 2002, para o uso da força contra Saddam Hussein. Uma versão preliminar, apoiada pelo líder da maioria no Senado, Harry Reid, também determinaria a retirada das tropas combatentes até março de 2008, e limitaria o escopo da ação dos soldados ao enfrentamento de terroristas da Al-Qaeda, ao treinamento de forças iraquianas e à segurança das fronteiras iraquianas. Os democratas reconhecem que a proposta ainda não tem apoio suficiente para passar por cima de uma obstrução por parte dos parlamentares republicanos, nem para derrubar um eventual verto de Bush. Mas eles esperam atrair um apoio republicano grande o bastante para embaraçar o presidente e manter o governo sob pressão. Levin disse que é adequado que o Congresso limite os poderes amplos definidos na autorização de 2002, tendo em vista a deterioração da situação. "Isto não é uma ofensiva, é mais um mergulho em Bagdá e numa guerra civil", disse ele. "Estamos tentando mudar a política, e se alguém quiser chamar isso de amarrar as mãos, em vez de mudar a política, então sim, o presidente precisa de um freio e de um contrapeso".

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