Condoleezza pede mudanças democráticas à Tunísia

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Por Regina Cardeal
Atualização:

A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, pediu mudanças democráticas na Tunísia durante encontro de quase duas horas neste sábado com o presidente Zine el Abidine Ben Ali. "Falamos sobre questões internas da Tunísia e sobre o curso das reformas", disse Rice. Ela ressaltou a cooperação em segurança e os laços de negócios que os EUA têm com o país do Norte da África. "Somos bons amigos e tivemos discussões muito boas sobre questões internas e externas", disse Condoleezza, acrescentando que ações contra o terrorismo estiveram na pauta. Ben Ali, no poder desde um golpe palaciano em 1987, conseguiu várias vitórias eleitorais por ampla maioria em meio a acusações de fraude. Ele deve disputar seu quinto mandato no próximo ano. Na sexta-feira, o grupo Human Rights Watch, com sede nos EUA, pediu que Rice pressionasse o governo tunisiano a "por fim às agressões e detenções de ativistas de direitos humanos". A Tunísia é freqüentemente criticada pelo controle rígido sobre a mídia e desrespeito a liberdades civis, embora este país turístico e muçulmano relativamente liberal também seja elogiado por promover os direitos das mulheres e reformas econômicas. Condoleezza está numa visita de três dias ao Norte da África, sua primeira à região. Mais tarde ainda neste sábado, ela planeja visitar a Argélia, que detém a 14ª maior reserva de petróleo do mundo, e então irá ao Marrocos. Terrorismo Na Argélia, um suposto terrorista ligado ao braço argelino da Al-Qaeda, Abdelmalek Droukdel, foi morto pelo Exército a 100 km ao Leste da capital, segundo jornais argelinos. As forças de segurança não comentaram a operação. O ramo local da Al-Qaeda tem sua origem num grupo terrorista argelino formado na guerra civil dos anos 1990s e reivindicou uma série de atentados desde 2006. Só em agosto, pelo menos 107 pessoas morreram vítimas da violência no país. Na sexta-feira, Condoleezza se tornou a primeira secretária de Estado dos EUA a visitar a Líbia em mais de 50 anos. A vista aconteceu em meio ao crescente interesse das companhias dos EUA, particularmente no setor de energia, de fazerem negócios com a Líbia, onde as companhias européias conseguiram um acesso muito maior nos últimos anos. As reservas comprovadas de petróleo da Líbia são a nona maior do mundo, perto de 39 bilhões de barris. As informações são da agência Associated Press.

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