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Conferência concorda com governo de transição na Síria

Há divergências sobre se presidente Assad deve integrar nova administração.

Por BBC Brasil
Atualização:

O enviado da ONU para a Síria, Koffi Anann, disse que uma conferência internacional ocorrida neste sábado em Genebra concordou que seja formado um governo de transição para o país. Annan disse que a nova administração deve ter "poderes executivos totais" e deve ter integrantes da oposição e do atual governo, mas não está claro se o presidente Bashar Al-Assad a integraria. A Rússia vetou a parte do plano de Annan que pedia a saída do atual mandatário, mas a secretária de Estado americana disse, após a conferência, que "Assad deve sair... dada a quantidade de sangue em suas mãos". Annan pediu também por um cessar fogo imediato e a implementação do plano de paz da ONU e que agências humanitárias tenham acesso imediato aos necessitados. Ele disse que a comunidade internacional está aumentando a pressão para que a violência na Síria tenha fim. O encontro deste sábado reuniu potências ocidentais, a Rússia, a Turquia e países árabes, como o Catar. A reunião foi convocada por Kofi Annan, diante de sinais de que a violência vem se intensificando na Síria. Falando em nome dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, França, Rússia, China e Grã-Bretanha), o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, disse que todos os cinco estão comprometidos com os esforços de Anann. Violência continua Nos 16 meses de levante contra o regime de Assad, acredita-se que o saldo de mortes seja de 15,8 mil pessoas. Um plano de paz da ONU, que previa um cessar-fogo e um recuo de rebeldes e de tropas do governo, foi aceito por Assad, mas nunca cumprido. E, em meio à iniciativa diplomática, a violência continua no país. Mais de 180 pessoas morreram na sexta-feira, depois que tropas sírias alvejaram Douma, um subúrbio de Damasco, e a cidade de Homs. Neste sábado, ativistas e testemunhas afirmaram que muitos residentes estavam fugindo em massa de Douma, temendo a ofensiva estatal. Um ativista disse à agência Associated Pres que a situação em Douma é "catastrófica", depois de o subúrbio, um bastião da oposição, ter sido retomado pelas tropas de Assad. Enquanto isso, o presidente sírio disse que não aceitará nenhuma solução imposta a seu país pelo exterior. Em entrevista à televisão iraniana, Assad disse que a situação na Síria é um "assunto interno" que não diz respeito "aos países estrangeiros", agregando que não mudará suas políticas por conta de pressões externas. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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