Confira as principais sanções impostas à Rússia após invasão

Medidas pretendem atingir a economia do país, isolá-lo em relação ao Ocidente e pressionar o Kremlin após a ofensiva no leste europeu

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Em retaliação à invasão da Ucrânia, países anunciaram sanções à Rússia e ao círculo do presidente Vladimir Putin. As medidas pretendem atingir a economia do país, isolá-lo em relação ao Ocidente e pressionar o Kremlin após a ofensiva no leste europeu. Líderes do G7 decidiram cortar “certos bancos russos” do Swift, sistema utilizado na em transações comerciais internacionais; Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia também determinaram o congelamento dos bens de Putin, do seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e de funcionários do governo, empresários e políticos; e o bloco europeu fechou seu espaço aéreo para aviões russos, decisão que foi seguida por outros países que não fazem parte da UE.

As sanções já causam impacto na economia russa e a moeda do país chegou a despencar 30% com relação ao dólar na madrugada desta segunda-feira, 28. As medidas também têm impactado o cotidiano da população.

Confira as principais sanções impostas contra a Rússia:

Manifestante exibe cartaz com dizeres 'Pare o Stwift para a Rússia', em protesto contra a invesão russa à Ucrânia, na sede da ONU, em Genebra, Suiça. Foto: Salvatore Di Nolfi/EFE/EPA

PUBLICIDADE

Swift 

Líderes do G7, grupo das sete maiores economias do mundo, anunciaram a decisão de cortar “certos bancos russos” do Swift. A medida bloqueia bancos russos selecionados de viabilizar pagamentos em suas transações comerciais e impacta o comércio do país, que é um grande exportador de petróleo e gás natural para a União Europeia. O Swift funciona como um sistema de mensagens em tempo real. Ele permite aos bancos e às empresas informarem uns aos outros sobre os pagamentos que serão realizados e já foram recebidos, sendo utilizado por instituições de mais de 200 países para dar segurança às transações internacionais. 

Em declaração conjunta, as nações escreveram que a medida “garantirá que esses bancos sejam desconectados do sistema financeiro internacional e prejudiquem sua capacidade de operar globalmente”. Os bancos alvos dessa sanção, no entanto, ainda não foram identificados.

Congelamento de bens

Publicidade

Os ativos do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e do ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, nos EUA, Reino Unido e UE foram congelados. A intenção, de acordo com a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, é atingir o “centro do poder” russo. Funcionários do governo, empresários e políticos também estão na lista dos que tiveram seus bens congelados e, em alguns casos, foram impostas restrições de viagens.

Entre os nomes listados nas sanções estão: Sergei Shoigu, ministro da Defesa; Aleksandr Bortnikov, chefe do serviço de segurança; Valery Gerasimov, chefe das forças armadas; membros do conselho de segurança russo; parlamentares; Kirill Shamalov, bilionário mais jovem da Rússia e ex-genro de Putin; Denis Bortnikov, vice-presidente do banco estatal VTB; entre outros. 

Países como Canadá e Japão, também anunciaram o congelamento dos bens de Putin. A Suíça abandonou sua tradicional neutralidade e adotou todas as sanções impostas pela UE à Rússia e ao círculo do presidente, incluindo a proibição de cinco empresários russos próximos a Putin e com vínculos importantes na Suíça de entrar no país.

Banco Central da Rússia

PUBLICIDADE

O Banco Central da Rússia também foi alvo das sanções econômicas. União Europeia, Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Canadá congelaram ativos do fundo soberano da Rússia. A medida limita a capacidade de Moscou para defender sua moeda e apoiar sua economia, tendo como possíveis consequências o aumento da inflação no país, a diminuição do seu poder de compra e redução de investimentos. Além disso, o congelamento dos ativos impede que Putin acesse esses recursos para financiar a guerra.

De acordo com Josep Borrel, chefe de política externa da União Europeia, somados, o congelamento dos ativos russos por parte da UE e de aliados G7 representam metade das reservas financeiras do Banco Central da Rússia.

Fechamento do espaço aéreo

Publicidade

A União Europeia fechou o espaço aéreo para voos operados pela Rússia. A restrição vale para aeronaves do governo, empresas aéreas e jatos particulares russos. Albânia, Noruega, Islândia, Reino Unido, Moldávia, Macedônia do Norte e Canadá também anunciaram o banimento de aeronaves russas de seus espaços aéreos. Em resposta, a companhia de aviação estatal russa Aeroflot cancelou seus voos para a Europa e Putin fechou o espaço aéreo para algumas nações.

As medidas forçam as companhias aéreas russas a terem que fazer rotas mais longas em voos ao oeste. No entanto, países impedidos de voar em território russo, como o Reino Unido, também serão obrigados a adotar rotas mais extensas em voos com destino para a Ásia. 

Proibição dos meios de comunicação financiados pelo Kremlin

A União Europeia também anunciou a proibição de meios de comunicação financiados pelo Kremlin de atuar em países do bloco. De acordo com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyn, os canais Russia Today (RT) e Sputnik também terão as suas concessões para operar no bloco cassadas.

“Vamos banir a máquina de propaganda do kremlin da União Europeia”, disse Von Der Leyn. “Putin não mais conseguirá espalhar mentiras e divisões entre os blocos”, completou.

Restrições comerciais

Empresas privadas e estatais também sofreram sanções de países do ocidente. Medidas da União Europeia e do Reino Unido visam bloquear a exportação de tecnologia e as negociações com fabricantes de armas e equipamentos militares. Também impediu a exportação de tecnologia de refino, visando forçar o aumento de custo para as refinarias russas.

Publicidade

Os Estados Unidos decidiu limitar a capacidade de empresas importantes para a economia russa, principalmente do setor de energia.

Com informações: Reuters/AFP/EFE

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.