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Conflito aumenta: Hezbollah e Israel lançam ofensivas

O Hezbollah lançou vários foguetes contra cidades israelenses da baixa Galiléia; mísseis israelenses atingiram o aeroporto de Beirute e mataram pelo menos 36 pessoas

Por Agencia Estado
Atualização:

A milícia xiita libanesa Hezbollah lançou esta noite vários foguetes contra cidades israelenses da baixa Galiléia, atingindo alvos a uma distância de 45 quilômetros da fronteira entre Israel e Líbano, segundo a imprensa local. As cidades atacadas são as de Afula, Nazaré, Ilit e Guivat Elá, situadas entre 45 e 50 quilômetros ao sul da fronteira, até agora os pontos mais distantes atingidos desde que a crise explodiu, há cinco dias. Além disso, os foguetes atingiram as localidades de Shlomi, o kibutz de Margaliot e o povoado de Shomrá, na Galiléia. O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, declarou estado de emergência pelas próximas 48 horas em regiões vulneráveis a receber ataques. Um comunicado revelou que nos últimos dias 1.200 foguetes foram lançados contra Israel por milicianos do Hezbollah. Os funcionários de fábricas e serviços considerados "cruciais" para a população foram aconselhados a permanecer em situação de alerta nos lugares de trabalho. Ameaças Mais cedo, líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, avisou, em discurso transmitido pela rede de televisão Al-Manar, pertencente ao grupo libanês, que "continuará com a resistência e surpreenderá Israel com ataques além da cidade de Haifa", a terceira maior do país. "Foram apenas algumas dezenas de mísseis. No entanto, ainda temos muitas armas", contou Nasrallah, fazendo referência aos foguetes que a milícia do Hezbollah lançou sobre Haifa. "Neste domingo cumprimos nossa promessa e atacamos Haifa. Se tivéssemos atingido as fábricas de material químico desta cidade, teríamos causado uma tragédia na população, mas evitamos", acrescentou Nasrallah, que também desmentiu que tivesse sofrido ferimentos nos últimos ataques israelenses. Respostas Horas após os ataques a Haifa, mísseis israelenses atingiram novamente o aeroporto de Beirute e mataram pelo menos 36 pessoas em diversas partes do Líbano. O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, havia advertido sobre "conseqüências de longo alcance" após o grupo xiita Hezbollah lançar foguetes contra a cidade. No pior dos ataques, 16 civis libaneses morreram e mais de 50 ficaram feridos quando dois mísseis israelenses atingiram hoje um prédio de apartamentos na cidade portuária de Tiro, sul do Líbano. Vários outros prédios vizinhos também foram danificados. Já na madrugada de segunda-feira, pelo menos 13 pessoas morreram e aproximadamente 50 ficaram feridas devido ao impacto de vários mísseis israelenses diferentes regiões do Líbano, afirmaram fontes dos serviços de segurança. Pouco antes, o canal de TV "Al-Manar" informou que pelo menos outras quatro pessoas morreram em um ataque de Israel a uma zona do sul de Beirute, que causou um número indeterminado de feridos. Isolamento Aviões israelenses lançaram ainda pelo menos quatro bombas contra o aeroporto internacional de Beirute, incendiando um tanque de combustível. O aeroporto está fechado desde o início dos ataques israelenses, na quarta-feira, depois que suas pistas foram bombardeadas. Israel bombardeou portos, estradas, bases militares e centrais elétricas e novamente atacou a principal estrada entre Beirute e Damasco (Síria), que passa pelo Vale do Bekaa, no leste do Líbano. Israel praticamente isolou o Líbano, destruindo o aeroporto, pontes, estradas e bloqueando os portos do país, dificultando a fuga dos libaneses e a retirada dos estrangeiros. O Exército de Israel informou hoje que havia atingido mais de 130 alvos em Beirute e no sul do Líbano nas 24 horas anteriores. Aproximadamente 100 pessoas morreram e outras 350 ficaram feridas desde que os ataques de Israel contra o Líbano começaram na última quarta-feira em resposta ao seqüestro de dois soldados israelenses realizado por milicianos.

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