Conflitos em Israel deixam um morto e 15 feridos

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Confrontos na Cisjordânia e Faixa de Gaza deixaram hoje um palestino morto e 15 feridos, incluindo cinco crianças. Quatro soldados israelenses foram feridos nos choques, que ocorreram apesar de contínuos esforços por parte dos Estados Unidos para promover conversações visando uma trégua. Num dos confrontos na cidade de Ramallah, Cisjordânia, tanques israelense bombardearam uma mesquita, um jardim-de-infância e um veículo de resgate, segundo testemunhas palestinas. A última explosão de violência ocorreu depois de o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, ter dito ao secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, que só permitirá conversações de alto nível com os palestinos após 48 horas de completa calma. Sharon afirmou duvidar que o líder palestino Yasser Arafat esteja fazendo sérios esforços para parar os confrontos. Arafat disse hoje que havia emitido "fortes e claras instruções para um pleno comprometimento com um cessar-fogo". "Espero que o governo israelense responda a essa mensagem de paz e tome também a decisão de respeitar um cessar-fogo", afirmou Arafat, numa mensagem em que saudou os israelenses no ano-novo judaico, que teve início ao anoitecer de hoje. Proibida a entrada - Os palestinos, enquanto isso, denunciaram a decisão de Israel de criar uma zona de contenção com a Cisjordânia numa tentativa de evitar que atacantes suicidas entrem em Israel. Inicialmente, a zona se estenderá por 30 km, ao longo da fronteira da Cisjordânia de Jenin a Tulkarem, duas cidades de onde, diz Israel, vários atacantes suicidas saíram. Um comunicado das Forças Armadas anunciou que a partir de 24 de setembro qualquer palestino tentando entrar na área isolada será "preso e sentenciado". O ministro da Informação palestino, Yasser Abded Rabbo, disse que Arafat reclamou com o presidente dos EUA, George W. Bush, sobre o plano. Powell telefonou para Sharon na noite de domingo e pediu informações sobre os esforços que estavam sendo feitos para arranjar conversações de paz entre os dois lados. A continuidade dos confrontos deve prejudicar os esforços dos EUA para trazer países árabes para uma coalizão internacional antiterrorista que Washington vem tentando estabelecer em vista dos ataques que sofreu da semana passada. Confronto - A violência de hoje teve início antes do amanhecer no campo de refugiados de Rafah, na Faixa de Gaza, nas proximidades da fronteira com o Egito. Os dois lados se acusam mutuamente pelo começo dos tiroteios. Um palestino de 35 anos - que segundo testemunhas era mentalmente incapaz - vagava pelos ruas durante o confronto e foi morto por tiros disparados de um ponto de observação israelense, segundo médicos palestinos. O Exército de Israel anunciou que três de seus soldados ficaram levemente feridos. Várias horas depois, crianças palestinas saiam da escola quando começaram a jogar pedras contra veículos militares israelenses nas proximidades do assentamento judeu de Netzarim, em Gaza. Soldados israelenses dispararam tiros de munição real contra as crianças, ferindo cinco delas, entre elas um menino de 12 anos que estava em condições críticas com uma bala na cabeça. O Exército judeu afirmou que cerca de 200 palestinos jogaram pedras e coquetéis molotov contra seus soldados nas proximidades de Netzarim, e que os soldados dispararam primeiro para o ar antes de atirar contra os manifestantes. Jardim-de-infância - Um forte tiroteio foi registrado nos arredores de Ramallah, Cisjordânia, na vizinhança de Beituniya. Militares israelenses disseram que o incidente começou com palestinos abrindo fogo contra um posto do Exército, ferindo um soldados de Israel. Tropas responderam ao fogo, e tanques israelenses bombardearam prédios palestinos na área, atingindo um café, uma casa privada, uma mesquita, um jardim-de-infância e um veículo de resgate, informaram repórteres no local. Uma disparo de canhão de tanque caiu no pátio do jardim-de-infância e cerca de 50 crianças tiveram de deixar o local, apesar de ninguém ter ficado ferido. Na mesquita, três fiéis foram feridos por estilhaços. Cinco integrantes de equipes de resgate também foram feridos. Também hoje, dois palestinos morreram de ferimentos sofridos em incidentes anteriores, um na cidade de Beit Hanoun, Gaza, e outro em Jericó, Cisjordânia. Desde o início da atual onda de violência em setembro do ano passado, 635 pessoas já foram mortas no lado palestino e 175, no lado israelense.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.