Conflitos em Timor deixam dois mortos

Uma das vítimas teria morrido em briga entre grupos do oeste e leste do país

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Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo menos duas pessoas morreram nesta quarta-feira na nova onda de violência entre grupos rivais em Díli, capital de Timor-Leste, segundo a televisão australiana "ABC". O porta-voz das Nações Unidas Adrian Edwards disse que centenas de pessoas participaram dos confrontos perto do aeroporto e que o terminal e a estrada principal rumo à capital foram fechados. Uma das vítimas teria morrido em uma briga entre os grupos da parte oriental e ocidental do país, enquanto a TV australiana não especificou as circunstâncias nas quais a outra vítima morreu. A situação na capital é "muito volátil", afirmou o porta-voz da ONU, que disse ter recebido informações de outros feridos e possivelmente mais mortos. A rivalidade étnica foi uma das causas da onda de violência que em maio causou a morte de 30 pessoas em Díli e a fuga de 15 mil timorenses de suas casas, muitos dos quais ainda permanecem em acampamentos da capital. A crise começou neste ano, por causa dos protestos realizados por 519 militares expulsos das Forças Armadas por insubordinação. Após os militares realizarem uma greve alegando discriminação étnica, e serem demitidos, um clima de tensão civil emergiu em violência no país. Em 26 de Junho o então primeiro-ministro Mari Bin Amude Alkatiri deixou o cargo, assumindo interinamente a coordenadoria ministerial José Ramos Horta, que era ministro do Exterior. Em 8 de Julho ele foi indicado para o cargo pelo presidente Xanana Gusmão, pondo termo ao clima vigente. O ex-premier Mari Alkatiri é acusado de ter fomentado a insubordinação militar e de ter fornecido armas aos rebeldes. Atualmente há no país uma intervenção militar vinda da Malásia, Austrália e Nova Zelândia. Portugal, que tenta apoiar Timor-Leste no seu desenvolvimento, continua tendo forte influência político-militar.

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