25 de abril de 2010 | 20h02
Autoridades do Sudão afirmaram neste domingo, 25, que conflitos ao longo da fronteira norte-sul do país, entre soldados e nômades árabes, ao menos 58 mortos e 85 feridos em Darfur do Sul, elevando a tensão sobre a fronteira entre o norte e o sul do país enquanto são divulgados os resultados das primeiras eleições abertas do país em 24 anos.
O sul do Sudão, produtor de petróleo, conseguiu manter um Exército separado e uma forma de governo semiautônomo após o acordo de paz de 2005 que acabou com mais de duas décadas de guerra civil com o norte. Os habitantes do sul participarão em um referendo sobre sua independência em janeiro de 2011.
"Houve distúrbios entre a (tribo) Rizeigat e o SPLA (O Exército de Separação do Povo do Sudão). Não posso dizer quem atacou primeiro, mas se enfrentaram", disse à Reuters o líder da tribo árabe Rizeigat, Mohamed Eissa Aliu, no sul de Darfur.
"(O conflito) ocorreu na sexta e 58 dos Rezeigat morreram, e 85 ficaram feridos", afirmou, acrescentando que o enfrentamento ocorreu em Balballa, no sul de Darfur, que faz divisa com o estado de Bahr al-Ghazal.
O SPLA alegou que foi atacado por um Exército do norte (SAF) em Raja, uma área remota do estado de Bahr al-Ghazal, onde ao menos cinco funcionários do governante Partido Congresso Nacional e outras quatro pessoas morreram nas mãos de um soldado do sul durante os cinco dias de eleições a partir de 11 de abril.
Os resultados das votações, ofuscadas por boicotes no norte e acusações de fraude, estão sendo anunciados lentamente após dois dias de atrasos.
A comunidade internacional está preocupada, pois faltando oito meses para o referendo para a independência, não existem acordos sobre temas como a demarcação da fronteira norte-sul, os direitos das tribos nômades e a cidadania.
O vice-governador de Darfur do Sul, Farah Mustafa, afirmou que uma comissão está na área para determinar o número de pessoas envolvidas. As tensões ao longo da região são fortes no Sudão porque boa parte da fronteira não é demarcada. No ano que vem, o sul do país vai votar para decidir sua separação do norte. Aparentemente, os conflitos não têm relação com a votação.
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