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Conflitos podem incendiar o México, adverte ombudsman

Por Agencia Estado
Atualização:

O ombudsman mexicano, José Luis Soberanes, advertiu nesta quinta-feira que a violência do crime organizado, a instabilidade no estado de Oaxaca e o conflito do sindicato de mineiros são "pequenos focos" que podem "incendiar ao país", que vive uma crise política. O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) afirmou em comunicado que a difícil situação política no país "pode pôr em risco a paz social e o funcionamento das instituições". O país vive uma crise pós-eleitoral. O esquerdista Andrés López Obrador comanda ações de resistência civil pacífica, alegando que perdeu as eleições presidenciais de 2 de julho por causa de uma fraude para favorecer o direitista Felipe Calderón. Soberanes pediu às autoridades políticas que evitem que o país "se desfaça e caia em tensões crescentes de difícil solução". Ele pediu calma para recuperar a paz e a tranqüilidade. Durante seu discurso no Congresso Latino-americano de Direito Romano, Soberanes afirmou que a única saída possível é "pelo diálogo e pelo respeito à lei". O ombudsman disse que a CNDH investiga denúncias de ocorrências de violência e de violação dos direitos humanos em casos como o conflito do sindicato dos mineiros, as agressões a jornalistas e o despejo dos parlamentares da coalizão Pelo Bem de Todos que estavam acampados na sede da Câmara dos Deputados. Professores e organizações civis do Estado de Oaxaca exigem a renúncia do governador Ulises Ruiz. Eles ocuparam edifícios e emissoras públicas, entre outros protestos. Além disso, o sindicato dos mineiros mantém desde abril uma greve na siderúrgica Sicartsa, para exigir que as autoridades reconheçam seu líder deposto, Napoleón Gómez Urrutia. Enquanto isso, o crime organizado, que há anos vive uma "guerra" entre cartéis mafiosos e contra a polícia, causou só este ano mais de mil mortes. A situação se complica ainda mais com a campanha de resistência de López Obrador, que convocou protestos durante o Relatório de Governo do presidente Vicente Fox, dia 1 de setembro e na cerimônia do Grito de Independência, na noite de 15 de setembro. Em resposta, o Estado-Maior e a Polícia Federal Preventiva tomaram o controle das instalações do Congresso e ergueram barreiras para impedir o acesso dos manifestantes. A Câmara de Comércio da capital critica os acampamentos esquerdistas. "Não é moral, nem legal, nem democraticamente aceitável violentar tão seriamente os direitos dos habitantes da Cidade do México com o pretexto de defender uma vitória eleitoral", diz um comunicado da entidade.

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