Confronto em assentamento perto de Nablus deixa 50 feridos

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Por Agencia Estado
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Pelo menos 50 feridos, entre soldados israelenses e colonos judeus, deixaram os violentos confrontos em um assentamento perto de Nablus, enquanto em Ramallah o presidente da Autoridade Palestina (AP), Yasser Arafat, se prepara para anunciar seu novo governo e o grupo fundamentalista Hamas o acusa de satisfazer "só os EUA e Israel". Uma centena de colonos de um assentamento perto de Nablus tentou impedir que as tropas israelensses demolissem suas casas e uma sinagoga, originando-se daí os episódios de violência. A colônia judaica de Hawat Ghilad, considerada ilegal, foi criada um ano atrás após o assassinato de um colono judeu. Nas últimas semanas, vários assentamentos ilegais foram desocupados e destruídos pelo Exército israelense, por ordem do ministro da Defesa Benjamin Ben Eliezer. Ben Eliezer afirmou que a "insurreição" dos colonos fundamentalistas "rebeldes" é um levante contra o Estado. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro Ariel Sharon aceitou o pedido de Ben Eliezer para retirar as tropas estacionadas no setor autônomo palestino de Hebron e colocar assim um fim às freqüentes patrulhas na região. De qualquer forma, Israel manterá um destacamento sobre uma colina, a partir da qual poderá controlar a zona. Os confrontos entre tropas e colonos israelenses levou Shaul Yaalom, legislador do Partido Religioso Nacional, a dizer que recomendaria que seu partido se retirasse da coalizão governamental se Sharon não ordenasse uma investigação sobre por quê a operação foi inciada antes do fim do shabbath - dia santo dos judeus. Por outro lado, entre os escombros de seu quartel-general em Ramallah, Arafat está decidindo sobre o novo governo da AP, e já tem em mãos a lista dos ministros, enquanto aguarda o momento oportuno para divulgá-la. Na reunião em Ramallah, Arafat encontrou mais dificuldades na hora de decidir a quem afastar do que para encontrar os novos titulares das pastas. Segundo o porta-voz da AP, Nabil Abu Rudeina, a prioridade do novo governo é pôr fim à ocupação israelense nos territórios, preparar as eleições para os primeiros meses de 2003 e continuar com o plano de reformas. Além de tentar balancear o difícil equilíbrio interno, Arafat está tentando evitar seu isolamento no cenário internacional. Para um porta-voz do movimento fundamentalista islâmico Hamas, as reformas anunciadas dias atrás por Arafat "vão satisfazer apenas os americanos e os sionistas". Para Abu Muhammad Mustafa, representante do Hamas em Teerã, o próprio Arafat "não quer servir inteiramente aos interesses dos EUA e de Israel, mas há alguns no interior da AP que atuam 100% de acordo com os objetivos americanos e israelenses".

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