Policiais egípcios e palestinos armados enfrentaram-se ontem na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito. Um civil palestino morreu e outras 52 pessoas ficaram feridas - 38 policiais egípcios e 14 palestinos. O confronto ocorreu um dia após o governo do Cairo decidir fechar as passagens na barreira de Rafah - que separa os dois territórios - abertas no dia 23 por militantes do grupo radical islâmico Hamas. Mais de 700 mil palestinos atravessaram por meio das brechas na fronteira para comprar comida e combustível no Egito, já que Gaza vinha sofrendo com o bloqueio imposto por Israel, em retaliação a ataques com foguetes contra seu território. O Hamas negou ter participado do tiroteio, que começou depois que seguranças egípcios barraram os milhares de palestinos que tentavam voltar para casa. A multidão começou a atirar pedras nos guardas, que revidaram, com bombas de gás lacrimogêneo e tiros. Em seguida, os palestinos responderam, disparando contra os egípcios. Até a noite de ontem, não estava claro se os palestinos armados eram do Hamas. Um dos líderes do grupo, Sami Abu Zuhri, qualificou os ataques de "lamentáveis" e fez um "apelo por contenção". O governo egípcio está numa espécie de encruzilhada no conflito entre Israel e palestinos. Por um lado, ele é aliado de Israel e por isso sofre pressão tanto dos israelenses como dos americanos para controlar suas fronteiras. Por outro, os dirigentes egípcios não querem ser vistos como alguém que abandona seus vizinhos palestinos.