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Confronto entre estudantes deixa dois mortos em Beirute

Segundo a rede de TV Al-Manar, que pertence ao Hezbollah, um militante do grupo pró-Síria teria morrido nos enfrentamentos, que começaram em uma universidade

Por Agencia Estado
Atualização:

Estudantes pró-governo e de oposição trocaram pedradas e agressões nesta quinta-feira em uma universidade de Beirute, em um confronto que mais tarde espalhou-se pelas ruas próximas ao local e que deixou ao menos dois mortos, segundo a CNN. Os enfrentamentos aconteceram dois dias depois que protestos pedindo a renúncia do primeiro-ministro, Fuad Saniora, deixaram ao menos três mortos, e refletem uma disputa de poder que já dura meses no Líbano. Informações atribuídas a autoridades libanesas pelo site da rede de TV CNN dão conta de que ao menos dois estudantes morreram nos enfrentamentos, enquanto outros 35 ficaram feridos. Ainda de acordo com a emissora americana, um rede de TV local afirma que o número de mortos pode chegar a quatro. A dispersão dos manifestantes, que saíram da Universidade Árabe de Beirute e se espalharam pelas duas do bairro de Tárik el Jadideh, só foi possível depois que soldados avançaram sobre a multidão disparando para o alto. Ambulâncias da Cruz Vermelha levaram os feridos para hospitais próximos. O confronto no bairro de maioria sunita estendeu-se também para ruas próximas, onde pessoas de fora da universidade juntaram-se à briga. Jovens com pedaços de pau e usando máscaras que escondiam seus rostos arremessavam pedras uns nos outros. Alguns manifestantes quebraram os pára-brisas e incendiaram os carros estacionados na região. Espessas nuvens de fumaça podiam ser vistas de fora da cidade. Várias soldados chegaram em veículos blindados e atiraram para o alto para dispersar os manifestantes. Moradores do bairro tiveram que deixar suas casas, e as ruas que davam acesso ao centro de Beirute tiveram que ser fechadas pelos militares. Troca de acusações Segundo autoridades libanesas, o confronto começou depois que estudantes membros do Amal - partido de muçulmanos xiita que apoiada a oposição liderada pelo Hezbollah - entraram em uma discussão sobre a responsabilidade pela greve geral da última terça-feira com membros do governista Movimento do Futuro. Na ocasião, três pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas em enfrentamentos durante uma greve convocada pela oposição pró-Hezbollah para enfraquecer e derrubar o governo libanês, que é apoiado pelos Estados Unidos. Mais tarde, estudantes filiados ao Hezbollah juntaram-se à briga na universidade. Ainda assim, em um informe veiculado pela TV Al-Manar, o grupo militante acusou as facções pró-governo pela violência, e pediu a seus seguidores que não saiam às ruas para "evitar um confronto que está sendo inflamado" por forças à favor de Siniora. Há dois meses a oposição pró-Hezbollah tem realizado manifestações e greves em uma tentativa de derrubar o governo de Saniora. O primeiro-ministro, por sua vez, recusa ceder às demandas da oposição para conceder poder Os embates têm tomado uma linha sectária, o que alimenta dolorosas lembranças da guerra civil que devastou o país entre 1975-90. Muçulmanos xiitas apóiam a oposição, muçulmanos sunitas tendem a apoiar o governo e os cristãos estão divididos entre os dois lados. Texto atualizado às 15h20

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