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Confronto na Venezuela deixa 23 feridos

Por Agencia Estado
Atualização:

Policiais militares e soldados da Guarda Nacional dispersaram hoje, com o lançamento de bombas de gás lacrimogêneo, uma marcha da oposição venezuelana que se dirigia à sede da principal guarnição militar de Caracas, o Forte Tiuna. Pelos menos 23 pessoas ficaram feridas. A manifestação denominada pelo opositores de "a grande batalha" teve início em três pontos diferentes da capital venezuelana. Os grupos se encontrariam na Praça dos Próceres, perto do Forte Tiuna, com o objetivo de "convencer os oficiais militares" a unirem-se ao movimento para depor o presidente venezuelano Hugo Chávez e para pedir a libertação do general Carlos Alfonzo Martínez. Preso na semana passada depois de ter-se rebelado contra a autoridade de Chávez, o militar continua detido na guarnição apesar da ordem de um tribunal para libertá-lo. "De novo o governo repressor se volta contra a população indefesa, numa emboscada da polícia militar", disse o dirigente sindical Alfredo Ramos. "Mas devemos reiterar que o povo continuará nas ruas até conseguir a saída de Chávez." A intervenção policial ocorreu primeiro contra simpatizantes de Chávez, que tinham erguido barricadas nas vias de acesso ao Forte Tiuna para impedir a passagem da marcha oposicionista. Alguns grupos de simpatizantes e opositores do governo chegaram a se enfrentar perto dessas barreiras. Logo depois, as bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas contra a marcha opositora, cujos ativistas reagiram atirando pedras e garrafas contra os policiais. A marcha foi convocada pela oposição como forma de manter a mobilização popular anti-Chávez que começa a se esvaziar após 33 dias de greve geral. A Coordenação Democrática - entidade que congrega federações de empresas e sindicatos de trabalhadores de oposição ao governo, já começa a dar sinais de divisão. Hoje, em entrevista ao jornal El Universal, o presidente da federação das pequenas e médias indústrias (Fedeindustria), Miguel Pérez Abad, responsabilizou a greve geral pela "estocada final" nas empresas de menor porte do país. Segundo ele, 25 mil empresas médias e pequenas - dos setores de manufatura, comércio e prestação de serviços - fecharão as portas em 2003 por causa da recessão econômica e do "tiro de misericórdia" representado pela paralisação. Chávez tem resistido à pressão da oposição por sua renúncia e a convocação de novas eleições por manter um equilíbrio de forças com os adversários. "Chávez se sustenta em seus vários pontos fortes", disse o general da reserva e opositor moderado Alberto Müller Rojas. "Tem legitimidade, apoio de 30% a 35% da população, respeito às normas constitucionais, lealdade das Forças Armadas e uma economia ainda forte. Chávez ainda tem grande capacidade para mobilizar grandes setores da população, que viviam marginalizados em outros governos e estão dispostos a assumir qualquer posição em defesa do regime."

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