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Confronto no Iêmen deixa 9 mortos e 90 feridos

Manifestantes foram atacados durante protesto em que pediam o julgamento do presidente Ali Abdullah Saleh neste sábado

Atualização:

Ao menos nove pessoas morreram e outras 90 ficaram feridas neste sábado, 24, quando forças leais ao presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, abriram fogo contra manifestantes na capital Sanaa, que exigiam que o líder fosse julgado, disse uma fonte médica.

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Alguns dos manifestantes foram atacados quando entravam na capital Sanaa depois de marcharem por quatro dias desde Taiz, uma cidade que tem sido o polo de maior oposição e que fica situada a 270 quilômetros ao Sul. O primeiro protesto deste tipo foi chamado de Marcha da Vida e tinha como objetivo colocar pressão sobre o novo governo iemenita para não conceder imunidade ao presidente Ali Abdullah Saleh de ser processado.

Mohammed al-Qubati, médico de um hospital de campo que tratou manifestantes nos 11 meses de protestos contra Saleh, disse que outras 150 pessoas foram feridas por latas de gás lacrimogêneo atiradas pelas tropas ou afetadas por inalar o gás.

A violência põe em relevo a contínua turbulência no Iêmen mesmo depois de Saleh ter assinado no mês passado um acordo, patrocinado pelos Estados Unidos e pela Arábia Saudita, pelo qual ele entregaria o poder ao seu vice-presidente e se comprometeria a renunciar completamente em troca de imunidade.

Os manifestantes, que vêm protestando aos milhares nos últimos nove meses, rejeitaram esse acordo, exigindo que Saleh seja julgado pela reação violenta que adotou contra os movimento de manifestação.

Ao mesmo tempo, Saleh parece continuar a exercer influência por meio de seus parentes e de militantes simpatizantes que ainda permanecem no poder, mesmo depois de o vice-presidente Abed Rabbo Mansour Hadi ter formado um governo de unidade entre a oposição e o partido governista. Forças leais a Saleh têm desafiado as ordens de se retirarem das ruas de Sanaa depois do prazo estipulado para ontem.

Segundo testemunhas, as marchas no sábado foram recebidas na entrada sul de Sanaa pelas forças da Guarda Republicana, a qual é comandada pelo filho de Saleh, e pelas forças da Segurança Central, lideradas pelo sobrinho de Saleh, com apoio de tanques. Os disparos das tropas dispersaram a multidão, que respondeu atirando pedras.

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Os manifestantes feridos foram levados por motocicletas para as clínicas próximas, de acordo com o ativista Samer al-Makhalafi. Barulho de balas e de gás lacrimogêneo ainda pode ser ouvido à distância.

Os protestos ocorreram quando o parlamento iemenita se reuniu sábado pela primeira vez desde que a oposição e os legisladores independentes suspenderam seus trabalhos em março como protesto pela reação violenta contra os manifestantes. Os parlamentares iriam discutir o programa para o novo governo de unidade nacional, liderado pelo veterano político independente Mohammed Basindwa.

As informações são da Associated Press.

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