15 de abril de 2011 | 17h00
Dezenas de pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira na cidade de Zarqa, no norte da Jordânia, em confrontos entre muçulmanos ultraconservadores e simpatizantes do governo do rei Abdullah.
Segundo um porta-voz da polícia, as forças de segurança usaram gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Pelo menos 40 policiais ficaram machucados, sendo que seis foram atingidos por golpes de facas.
A Jordânia é um dos países árabes abalados pela onda de manifestações iniciada na Tunísia em dezembro, mas as demandas dos ultraconservadores que participaram dos protestos desta sexta-feira, conhecidos como salafistas, têm outro viés.
Partidários do grupo ultraconservador, banido na Jordânia, têm saído às ruas para pedir a libertação de 90 prisioneiros, entre eles Abu Mohammed Al-Maqdessi, considerado mentor do líder morto em 2006 da rede extremista Al-Qaeda no Iraque, Abu Musab Al-Zarqawi.
Um líder do movimento disse que os protestos continuarão, até que os presos sejam libertados e a lei islâmica (sharia) seja implementada na Jordânia.
Protestos em Amã
Parte dos salafistas defende práticas consideradas terroristas, mas outra parte renunciou à violência após o 11 de Setembro.
Na última segunda-feira, serviços de segurança libertaram quatro prisioneiros salafistas após ameaças de protestos diante do Ministério do Interior.
Os protestos salafistas são interpretados como uma forma de o grupo tentar ganhar espaço em meio à onda de manifestações do país.
Protestos envolvendo grupos islâmicos mais moderados e grupos esquerdistas de oposição têm sido frequentes no país nos últimos três meses.
Também nesta sexta-feira, mais de mil pessoas se reuniram na capital jordaniana, Amã, para exigir reformas democráticas, políticas e econômicas na Jordânia, além de eleições livres, a renúncia do premiê Marouf Bakhit e o combate à corrupção.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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