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Confrontos deixam mais de 40 mortos em diferentes regiões da Ucrânia

Em Odessa, 4 pessoas foram baleadas no centro da cidade e pelo menos 31 morreram no incêndio de um prédio usado como refúgio por manifestantes pró-Rússia

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Por Redação
Atualização:

Texto atualizado às 00h:45

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Confrontos entre separatistas pró-Rússia e manifestantes leais ao governo de Kiev resultaram nesta sexta-feira, 2, em pelo menos 35 mortes na cidade de Odessa, no sul da Ucrânia. A maior parte das vítimas morreu asfixiada ou depois de pular de um prédio em chamas, mas quatro pessoas foram mortas em conflitos no centro da cidade. Uma ofensiva do Exército ucraniano em Slaviansk, no leste do país, teria deixado outros 9 mortos.

Em Washington, o presidente americano, Barack Obama, e a chanceler alemã, Angela Merkel, ameaçaram endurecer as sanções contra a Rússia caso o Vladimir Putin não ajude a pacificar a Ucrânia.

De acordo com comunicado do Ministério do Interior ucraniano, "oito pessoas se atiraram das janelas do prédio em Odessa e as demais morreram asfixiadas". Kiev informou ainda que pelo menos 60 pessoas - incluindo 13 membros das forças de segurança - ficaram feridas nos confrontos desta sexta-feira.

Segundo relato de testemunhas, o confronto começou depois que milhares de manifestantes com bandeiras ucranianas se reuniram no centro da cidade. Centenas de ativistas pró-Moscou armados com pedaços de madeira e pedras teriam tentado intimidar o grupo pró-Kiev. Após serem encurralados, os pró-russos se refugiaram no prédio da União de Sindicatos, que, momentos depois, foi incendiado.

Os confrontos em Odessa, até então uma cidade relativamente tranquila, ocorreram em meio a uma operação militar das Forças Armadas da Ucrânia para retomar o controle de Slaviansk, no sudeste do país, que é controlada por milícias pró-Moscou.

Durante a operação, milícias separatistas derrubaram dois helicópteros ucranianos. O governo interino de Kiev disse que dois tripulantes dos helicópteros e dois oficiais morreram na ofensiva. Segundo os separatistas, soldados ucranianos mataram três combatentes e dois civis.

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Jornalistas da Reuters disseram que os helicópteros ucranianos atiraram primeiro, antes de serem derrubados. O líder das milícias em Slaviansk, Igor Strelkov, afirmou que a cidade está cercada por tropas ucranianas. "Todas as estradas estão interrompidas e blindados e soldados chegam de todas as direções. O inimigo cercou a cidade totalmente, as entradas e as saídas", disse Strelkov ao canal russo de TV Rússia 24.

Slaviansk se transformou no bastião do levante pró-russo contra Kiev no leste da Ucrânia. Sete observadores da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) permanecessem presos na cidade, acusados pelos separatistas de serem espiões da Otan.

A chancelaria russa advertiu nesta sexta-feira que uma ofensiva ucraniana no leste do país poderia trazer "consequências catastróficas". A ação teria destruído o acordo de paz firmado em Genebra e prejudicado a missão de um enviado de Putin à região, que estaria negociando a libertação dos sete observadores de OSCE. Sobre os confrontos em Odessa, o governo russo se mostrou "indignado" com a violência e denunciou a "irresponsabilidade" das autoridades ucranianas. "A Rússia pede que a Ucrânia e seus parceiros ocidentais encerrem a anarquia e assumam suas responsabilidades frente ao povo ucraniano", afirmou, em nota, a chancelaria russa.

/ EFE, AP, AFP e REUTERS

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