Confrontos entre manifestantes e policiais na Tailândia deixam 4 mortos

Polícia foi enviada para regiões de Bangcoc com o objetivo de dispersar os protestos

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BANGCOC - Quatro pessoas morreram e 64 ficaram feridas em Bangcoc, quando centenas de policiais tentaram dispersar manifestantes contrários ao governo das proximidades da capital da Tailândia nesta terça-feira, 18. Vários disparos foram ouvidos no gabinete da primeira-ministra Yingluck Shinawatra quando os policiais começaram a remover os manifestantes e a desmontar um palco improvisado. Testemunhas disseram que os disparos foram feitos tanto por policiais quanto por manifestantes. Posteriormente, a polícia se retirou do local. Os serviços de emergência informaram que três civis e um policial morreram e 64 pessoas ficaram feridas durante os confrontos. Dentre os feridos há um jornalista da Phoenix TV, emissora de Hong Kong. O chefe do Departamento de Investigações Especiais, Tharit Pengdit, declarou que os manifestantes haviam jogado granadas contra a polícia.

Os atos de violência tiveram início após a polícia ter sido enviada para várias regiões da cidade para deter e retirar manifestantes que há semanas estão acampados com o objetivo de pressionar a renúncia de Yingluck. Eles querem a formação de um conselho popular, não eleito, para implementar reformas e encerrar a corrupção, além de manter a família Shinawatra fora da política. Desde o início dos protestos, em novembro, os manifestantes bloqueiam escritórios do governo e há cerca de um mês ocupam cruzamentos na capital. A polícia tinha evitado dispersá-los por temer que isso desencadeasse ações violentas, embora 15 pessoas já tenham morrido. Na segunda-feira 17, o centro de comando de segurança especial do governo anunciou que retomaria cinco locais de protesto para uso público, medida tornada possível pelo estado de emergência declarado em janeiro. Milhares de policiais, dentre eles esquadrões antidistúrbio, foram enviados para vários pontos da cidade para a operação que o governo chamou de "Paz para Bangcoc". O ministro dos Transportes, Chadchart Sittipunt, disse à Associated Press que manifestantes sequestraram dois ônibus do serviço de transporte público e os usaram para bloquear o acesso a um local de protesto perto do Ministério do Interior. As operações ocorrem um dia antes de o Tribunal Civil decidir sobre a invocação, pelo governo, do decreto de emergência, que permite às autoridades exercer amplos poderes para deter manifestantes e mantê-los sob custódia por 30 dias, sem acusação. Se o decreto for derrubado pelo tribunal, o governo terá de desmontar o centro de comando especial de segurança que estabeleceu para colocar em prática as medidas de emergência./ AP

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