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Confrontos entre rebeldes e soldados devem continuar no Haiti

Cité Soleil, bairro mais pobres de Porto Príncipe, ainda tem focos de resistência

Por Agencia Estado
Atualização:

O porta-voz das tropas brasileiras da força de paz da ONU no Haiti (Minustah), coronel Neuzivaldo dos Anjos, disse que a troca de tiros entre soldados brasileiros e homens armados na semana passada no bairro "não foi a primeira nem será a última". Segundo informações desencontradas da rádio local Metropole e da agência de notícias Reuters, que ouviram moradores de Cité Soleil, entre três e cinco pessoas foram mortas no confronto do último dia 19 de outubro. A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Minustah não confirmaram as mortes. "Nós não vamos mudar a nossa forma de trabalhar, porque está dando certo. Nós fomos atacados por gangues armadas justamente porque começamos a patrulhar mais intensamente a área, fazendo com que elas perdessem espaço de ação", explicou o porta-voz. O coronel contou que há uma semana, enquanto um batalhão formado por soldados brasileiros retirava escombros de casas abandonadas para liberar a passagem de uma avenida principal de Cité Soleil, a Soleil 9, ele foi atacado por "elementos armados". A posição fortificada do batalhão, o chamado Ponto Forte 16, também teria sido alvejada. "Não dava para identificar de onde os tiros estavam vindo, porque os elementos estavam escondidos. Quando os soldados identificaram a direção da origem dos tiros, eles responderam prontamente", afirmou o coronel. Dos Anjos explica que, por isso, não pode dizer quantas pessoas foram mortas. "Nós não vimos quem estava atirando. Não vimos corpos depois do confronto." Patrulhamento intenso Segundo moradores ouvidos pela agência Reuters, a violência começou quando algumas pessoas começaram a atacar os soldados brasileiros em protesto pela destruição do que elas disseram ser casas habitadas. O coronel da missão de paz brasileira atribui o ataque à intensificação das patrulhas em Cité Soleil, iniciada em julho deste ano. "Estamos entrando em todas as ruas do bairro, fazendo patrulhas motorizadas ou a pé, o que não era feito antes. Era só patrulha estática, parada em um ponto." Ele disse ser natural que, "perdendo a liberdade de ação em Cité Soleil, as gangues vão começar a intensificar os ataques." O coronel diz que Cité Soleil, o bairro mais pobre e violento da capital Porto Príncipe, está caminhando para a estabilidade, mas admite que ainda não se encontra no estágio dos outros dois bairros ocupados por tropas brasileiras. "Bel Air já está pacificada e Cité Militaire se encontra estabilizada. Em Cité Soleil, nós estamos intensificando as operações para atingir a estabilidade." Além do Ponto Forte 16, foi criada outra posição fortificada dentro do bairro, o Ponto Forte 17, no porto de Cité Soleil, no oeste do bairro. Cerca de 120 homens estariam encarregados dos trabalhos de pacificação da área. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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