Confrontos no Sri Lanka afetam 42 mil civis

Milhares de pessoas não têm acesso a alimentação e água, nem contam com assistência médica

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 42 mil civis estão presos na zona de combate ou foram desabrigados durante os violentos confrontos no nordeste do Sri Lanka nas duas últimas semanas, segundo um comunicado divulgado pelo Secretariado de Paz dos Tigres de Libertação da Pátria Tâmil (LTTE). A nota afirma que milhares de pessoas não têm acesso a alimentação e água, nem contam com assistência médica. A população afetada vive nas regiões sob controle da guerrilha, em Eachilampatu, Sampoor, Verugal, Kathiraveli, Vaharai e outros povoados do distrito de Trincomalee, no nordeste da ilha. "As ações do Governo do Sri Lanka contra a população civil de Trincomalee são consideradas uma séria violação do acordo de cessar-fogo e põem o processo de paz em grave perigo", afirma a nota. O texto pede uma ação imediata para atender às necessidades dos civis. O LTTE também acusa o governo de ter mantido durante os últimos três meses um embargo não declarado que impede a chegada de alimentos e outros bens essenciais nas áreas sob seu controle. O suposto bloqueio teria se endurecido nas últimas três semanas, "agravando a situação humanitária". "Quando os civis tentavam fugir desta situação, foram alvo dos bombardeios do governo", afirma a nota. A guerrilha acusa as forças governamentais de bloquear a atividade de assistência das agências internacionais, como o Comitê Internacional de Cruz Vermelha e as Nações Unidas. "Durante os últimos dois dias, a Cruz Vermelha ficou retida nos pontos fronteiriços de Mankerni e Panichankerni. Assim, os civis refugiados ao redor de Vaharai ficaram sem ajuda", afirmam os rebeldes. Eles citam ainda um comunicado da agência da ONU para os refugiados, segundo o qual seu pessoal não tem acesso à região de Muttur. O LTTE diz que o governo está limitando a ajuda humanitária aos civis que estão nas zonas governamentais, em sua maioria de etnia cingalesa ou muçulmanos. A população de etnia tâmil, acusa, está sendo discriminada. Os conflitos em Triconmalee começaram no dia 26 de julho, quando o Exército bombardeou as posições da guerrilha na região, depois de o LTTE bloquear uma represa situada em seu território.

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