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Congressistas pedirão ao governo que explique ações do EI no Brasil

Relatórios de inteligência revelados pelo 'Estado' indicam que grupo jihadista tenta recrutar jovens brasileiros

Foto do author Andreza Matais
Por Lu Aiko Otta , Andreza Matais e BRASÍLIA
Atualização:

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou ontem que o Congresso pode acelerar a discussão sobre projeto que criminaliza o terrorismo em reação à revelação do 'Estado' de que órgãos de inteligência do governo identificaram tentativas de cooptação de jovens brasileiros pelo Estado Islâmico (EI). "Não vejo problema em debater e votar qualquer mudança de legislação com celeridade", disse. No Senado, a discussão também deve ser retomada. "Se esse tema nunca esteve no nosso radar, agora entrou", disse ao Estado o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que pretende solicitar hoje uma reunião da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência. Os parlamentares integrantes desse grupo devem convidar para uma conversa o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, José Elito, e o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Roberto Trezza, para ouvir o que consideram um marco legal adequado para agir contra a ameaça terrorista. O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), também informou que pedirá aos órgãos de inteligência explicações sobre as iniciativas do EI no Brasil.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que pode acelerar discussão que criminaliza o terrorismo, em resposta às evidências de que o Estado Islâmico está tentando cooptar brasileiros Foto: ED FERREIRA/ESTADAO

Em nota divulgada ontem, o Ministério da Justiça admitiu que "tem trocado informações e análises com autoridades de outros países sobre políticas de prevenção ao terrorismo, apesar de não ter histórico de atos terroristas no Brasil." No entanto, afirmou desconhecer relatórios sobre o tema.

"O Ministério da Justiça lamenta qualquer especulação que possa ser feita em relação a informações vazadas de hipotéticos relatórios de inteligência desconhecidos ou que não passaram pela análise de autoridades governamentais responsáveis por decisões na área de segurança pública do governo federal."

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Pessoas envolvidas na discussão relataram ao Estado, contudo, que o Ministério da Justiça e a Casa Civil receberam cópia dos relatórios sigilosos elaborados pela Divisão Antiterrorismo da Polícia Federal (DAT) e pela Abin, este último a pedido do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Nos dois casos, foram identificadas situações consideradas relevantes envolvendo tentativas de cooptações pelo EI de jovens brasileiros.

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