Congresso da Bolívia convoca ministros para depor sobre repressão

Titulares de Obras Públicas, Interior e Presidência serão questionados por parlamentares

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Atualização:

LA PAZ - Três ministros da Bolívia foram convocados a depor no Parlamento na sexta-feira sobre a violenta repressão a uma manifestação de indígenas contra a construção de uma estrada na Amazônia, informou nesta quinta-feira, 28, o governo.

 

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Os titulares que comparecerão à casa são Carlos Romero (Presidência), Walter Delgadillo (Obras Públicas) e Wilfredo Chávez (Interior). Os dois primeiros, porém, integram a comissão de diálogo com os povos guaranis e não poderiam se ausentar do processo.

 

A convocação foi pedida por três parlamentares do partido do presidente Evo Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), para investigar a atuação de 500 policiais na intervenção contra a marcha indígena no domingo. A repressão, pela qual ninguém assumiu responsabilidade ainda, causou uma onda de protestos em todo o país e deu início a uma crise política na Bolívia.

 

O deputado Juan Carlos Sejas, um dos que pediu a convocação, disse aos meios de comunicação que a violência não pode ser justificada, "venha de onde venha", e antecipou que serão recomendadas "sanções para os responsáveis destes excessos".

 

Já a deputada Elizabeth Reyes, da oposição, disse que os depoimentos serão mais uma "reunião de amigos", pois a legislação não dá lugar a debates e apenas permitirá que parlamentares da situação questionem os ministros. "A única intenção será evitar que eles sejam responsabilizados. É lamentável porque, amparados pela maioria, seguramente eles sairão aplaudidos, como ocorreu outras vezes", disse.

 

O presidente Evo Morales classificou como "imperdoável" o ataque policial e pediu desculpas aos indígenas pela repressão, mas negou que ele ou seus ministros tenham ordenado a ação. O governo também suspendeu a construção da estrada depois do episódio.

 

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