Congresso dificulta progresso da guerra no Iraque, diz Cheney

Vice de Bush diz em discurso que estratégia antiguerra dos parlamentar é prejudicial

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Por Agencia Estado
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Para o vice-presidente americano, Dick Cheney, o esforço dos EUA no Iraque está sendo prejudicado por parlamentares que impõem prazos e restrições orçamentárias aos planos da administração para o conflito. Segundo ele, as restrições estariam incentivando o inimigo a esperar que os EUA tomem a iniciativa e deixem o país. Em discurso à Comissão Americana de Assuntos Públicos para Israel, Cheney disse que "quando membros do Congresso buscam uma estratégia antiguerra que vem sendo chamada de sangria lenta, eles não estão apoiando as tropas, estão prejudicando-as". Os democratas, que venceram as eleições parlamentares de novembro de 2006 em parte devido ao descontentamento popular com a guerra, dizem apoiar as forças dos EUA no Iraque, mas tentam forçar o presidente americano, George W. Bush, a alterar sua estratégia. "Quando membros do Congresso falam não em vitória, mas em limites de tempo, prazos ou outras medidas arbitrárias, estão dizendo ao inimigo para simplesmente olhar para o relógio e esperar que saiamos", disse Cheney. Pesquisas recentes mostram que mais de 65% dos norte-americanos discordam de como o governo Bush administra a guerra. O presidente propôs enviar 26 mil soldados a mais e solicitou US$ 100 bilhões para os conflitos do Iraque e do Afeganistão. Líderes democratas no Congresso propuseram na semana passada retirar todas as tropas de combate do Iraque até meados de 2008, mas a Casa Branca disse que Bush vetaria uma lei nesse sentido. A proposta de retirada das tropas deve estar anexada a um pacote de financiamento para as guerras do Iraque e do Afeganistão. Deputados democratas propuseram US$ 95,5 bilhões para financiar a parte do Departamento de Defesa relativa à "guerra ao terrorismo" até o final de setembro. Bush havia pedido US$ 91,5 bilhões para o Departamento de Defesa, além de outras verbas para outras agências, que elevavam o total do seu pedido para mais de US$ 100 bilhões. Bush é contra qualquer condição para a liberação das verbas. "Minha esperança, é claro, é que o Congresso forneça as verbas necessárias para que as tropas de combate possam fazer seu trabalho - sem pré-condições," afirmou Bush no domingo. Retirada de emergência Militares americanos já rascunham uma possível retirada de emergência, caso o aumento de tropas norte-americanas no Iraque fracasse. A manobra incluiria uma retirada gradual de forças e mais ênfase no treinamento de soldados iraquianos. A estratégia, baseada parcialmente na experiência dos EUA em El Salvador nos anos 1980, está na fase inicial de planejamento. Será considerada uma retirada se o plano do governo Bush de mandar mais 26 mil soldados não conseguir estabilizar o Iraque, ou se o Congresso liderado por democratas limitar a medida. As informações dizem respeito a um artigo do jornal Los Angeles Times.

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