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Congresso dos EUA abre caminho para votar acordo com Irã

Medida apresentada pelo Partido Republicano, que pretendia derrubar plano antes de apreciação do plenário, é rejeitada

Atualização:

WASHINGTON - A resolução apresentada pela oposição republicana contra o acordo nuclear fechado em julho com o Irã foi rejeitada ontem no Senado americano por quase todos os democratas da Casa, um passo que abre caminho para a aprovação do pacto, que é considerado muito importante na agenda do presidente Barack Obama.

Por 58 votos a favor e 42 contra, os democratas deram um golpe quase definitivo na tentativa republicana de vetar o acordo. Os republicanos prometeram tentar novamente na próxima semana bloquear o pacto, possivelmente com o mesmo texto.

Senadores democratasDick Durbin e Harry Reid anunciam bloqueio a resolução republicana contra acordo com o Irã Foto: Saul Loeb / AFP

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“Tudo será sobre o Irã na próxima semana”, disse o senador John Cornyn, segundo na liderança dos republicanos no Senado. “Haverá mais votos, mais oportunidades para que as pessoas mudem de opinião depois que escutarem os eleitores”, disse.

O presidente americano qualificou a votação de ontem como “um passo histórico” e assegurou que se trata de “uma vitória para a diplomacia, para a segurança nacional dos EUA e para a segurança do mundo”.

“Durante quase dois anos, negociamos intensamente para chegar a um acordo que satisfaça nossos objetivos principais. Desde que terminamos as negociações tivemos debates sobre as maiores consequências para a segurança nacional desde a decisão de invadir o Iraque, há mais de uma década”, disse Obama em um comunicado.

O presidente disse que os congressistas que aceitaram estudar detalhadamente o acordo aumentaram sua confiança para respaldá-lo e saíram em sua defesa. “Hoje em dia, fico animado que tantos senadores estejam de acordo e estou satisfeito pelo firme apoio dos legisladores e dos cidadãos”, acrescentou.

Por sua vez, o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, qualificou a obstrução democrata como uma “tragédia” e sugeriu que a oposição pagará um preço político por isso.

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“Esse é um acordo que durará mais que um mandato. O presidente Obama pode se dar ao luxo de partir (da Casa Branca) em alguns meses, mas muitas de nossas responsabilidades se estendem muito além disso. O povo americano lembrará onde estamos hoje”, acrescentou McConnell.

A Casa Branca fez uma dura campanha no Legislativo para convencer o maior número de congressistas a respaldar o acordo, alcançado em julho entre o Irã e o P5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – EUA, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e China – mais a Alemanha) para impedir Teerã de obter uma arma nuclear.

Por isso a votação de ontem significou uma vitória para o governo americano. Semanas atrás parecia ser possível que os republicanos conseguissem somar os 67 votos necessários para impedir o direito do veto presidencial.

A Câmara de Deputados, que tem uma maioria republicana, votou ontem a favor de uma resolução contra o acordo com o Irã, segundo a qual o governo não revelou aos legisladores todas as disposições do pacto.

Líderes de Grã-Bretanha, França e Alemanha se envolveram no debate político nos EUA e manifestaram ontem seu apoio ao acordo com o Irã em artigo publicado no Washington Post. “Estamos certos de que o acordo dará uma base para resolver, de modo permanente, o conflito sobre o programa nuclear do Irã”, disseram. / EFE e AP

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