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Congresso dos EUA está dividido sobre o Iraque

Por Agencia Estado
Atualização:

Os republicanos apóiam o presidente George W. Bush, ao passo que os democratas se mantêm céticos depois que o mandatário prometeu usar "toda a força e poder do Exército dos EUA", se necessário, para desarmar Saddam Hussein. "A menos que atuemos rápido e nos mantenhamos firmes, as forças do mal não desaparecerão", disse o republicano Dennis Hastert, presidente da Câmara dos Representantes, na terça-feira à noite (hora local) após o discurso de Bush perante o Congresso televisionado para o mundo todo, incluindo os soldados americanos no Golfo Pérsico. "Não é momento para a tímida liderança dos que se opõem". Mas, assim que Bush terminou de atacar o líder iraquiano - incluindo uma relação explícita das técnicas de tortura no Iraque -, o senador Edward Kennedy, da oposição democrta, lançou um novo desafio. "Em lugar de lançar-se à guerra, o povo americano se atribui o direito a um debate mais profundo", disse. No final do ano passdo, o Congresso votou e autorizou a ação militar, mas Kennedy disse querer que, antes de enviar tropas à guerra, se exija que Bush dê ao Congresso "evidência convincente de que há uma ameaça iminente". Com as pesquisas indicando uma queda no apoio à sua condução da economia, Bush pressionou o Congresso para que aprove rapidamente as reduções de impostos no valor de US$ 674 bilhões. Bush não falou, mas o tema central de seu programa, a eliminação do imposto sobre dividendos corporativos, foi alvo de uma oposição quase total por parte dos democratas e poucas expressões de entusiasmo por parte dos republicanos. O governador de Washington, Gary Locke, que deu a resposta formal democrata ao discurso presidencial, acusou o governo de buscar uma "economia em sentido contrário", que oferece uma redução de impostos excessivamente em favor dos ricos e dando poucos estímulos imediatos em favor da maioriada população. Tom Daschle, líder da minoria democrata no Senado, continuava sem convencer-se. "Antes de comprometer a vida do primeiro soldado americano no Iraque, temos que ter mais provas irrefutáveis", disse Daschle nesta quarta-feira em um programa da rede de televisão ABC. A representante da Califórnia Nancy Pelosi, líder dos democratas na Câmara baixa, disse que Bush "não convenceu ao argumentar que o uso da força é a única forma de desarmar o Iraque, ou que retirar Saddam do poder seja garantia de que um novo regime não busque as mesmas políticas".

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