Congresso Judaico defende impedir criação de bomba do Irã

Bomba atômica seria o "perigo mais grave desde o holocausto", dizem judeus

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O Congresso Judaico Mundial (CJM) lançou neste domingo uma chamada para uma ampla mobilização, a fim de impedir que o Irã fabrique a bomba atômica, e alertou sobre o aumento do anti-semitismo no mundo, especialmente na Europa. Reunido em Paris pela primeira vez desde 1948, o CJM reuniu cerca de 100 representantes das principais comunidades judaicas do mundo, vindos de cerca de 80 países, para realizar uma reunião de seu Conselho Executivo em um luxuoso hotel da capital francesa. Ao mencionar a vontade iraniana de desenvolver tecnologia nuclear, o presidente do CJM, o americano Edgard Bronfman, disse que este é o "perigo mais grave que tivemos que enfrentar desde o holocausto". "As intenções iranianas são claras: é destruir Israel e dominar o Oriente Médio", disse Bronfman, para quem "a neutralidade não é mais uma opção possível no mundo civilizado". Anti-semitismo em alta Além do problema nuclear iraniano, o CJM mostrou sua preocupação com o aumento do anti-semitismo detectado no mundo desde meados do ano, e especialmente na Europa, após a ofensiva israelense no Líbano. Este é "um momento muito difícil para a comunidade judaica no mundo", disse o presidente do Congresso Judaico Europeu, o francês Pierre Besnainou. Essa constatação foi feita por vários oradores na tribuna, como a diretora do Centro Israelense de Estudos de Anti-semitismo e Racismo, Dina Porat, que notou uma "mudança de atmosfera" desde meados de 2006, já que "o anti-semitismo entrou nos meios de comunicação moderados". Nesta segunda-feira acontece um encontro entre o grande rabino da França, Joseph Sitruk; o arcebispo de Paris, André Vingt-Trois, e o presidente do Conselho francês do Culto Muçulmano, Dalil Boubakeur, em um debate intitulado "Juntos pela Paz". Além disso, o primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, se dirigirá aos congressistas durante um jantar de gala. Na terça, uma delegação do CJM será recebida no Palácio do Eliseu pelo presidente francês, Jacques Chirac.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.