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Congresso reforçará sanções se Irã não cumprir acordo

Por AE
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Os legisladores norte-americanos de ambos os partidos afirmaram neste domingo que eles estão céticos sobre o cumprimento do acordo nuclear pelo Irã e disseram que o Congresso deve se preparar para reforçar as penalidades econômicas sobre os iranianos caso o acordo não seja cumprido.O senador democrata e presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, Robert Menedez, afirmou neste domingo que planejaria um novo pacote de sanções caso o Irã violasse o acordo provisório.O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, convenceu a liderança do Senado a adiar a medida enquanto os negociadores perseguiam um acordo. O líder democrata no Senado Harry Reid concordou com o pedido, mas disse que novas sanções seriam anunciadas em dezembro.O senador Chuck Schumer disse que estava desapontado com o acordo, o qual classificou como "desproporcional"."Este acordo torna mais provável que os democratas e os republicanos se unirão e anunciarão sanções adicionais em dezembro", afirmou Schumer.Os senadores estão considerando implementar sanções adicionais que deixariam o Irã em piores condições econômicas caso o país não cumprisse o acordo estabelecido neste domingo." O Congresso vai querer deixar claro que se o Irã não cumprir o acordo, não reaplicará as mesmas sanções. O objetivo é criar um pacote de sanções mais fortes contra o país", disse o senador democrata Ben Cardin. "Agora há uma necessidade ainda mais urgente de o Congresso aumentar as sanções até que o Irã abandone completamente o seu programa nuclear", completou o senador republicano Marco Rubio.Na Câmara, a postura parece ser a mesma. Para o deputado democrata Steny Hoyer, a ameaça de sanções mais rígidas poderia ajudar a manter os diplomatas iranianos na mesa de negociações para impedir que o país produzisse uma arma nuclear."É conveniente que esperemos seis meses para dizer a eles que é necessário um acordo final. Se eles não aceitarem o acordo final, aplicaremos as sanções mais duras", explicou Hoyer.A profunda desconfiança sobre o Irã ganhou espaço nas conversas deste domingo. "Precisamos ter muito cuidado com os iranianos", disse o deputado democrata Eliot Engel. "Eu não confio neles e não acho que devamos confiar neles. As sanções devem ser mantidas porque foram elas que trouxeram os iranianos para a mesa de negociação", completou.O líder republicano da Câmara, John Boehner, também considerou que a suspensão das atividades nucleares pelo Iraq por seis meses devem ser encaradas com um ceticismo saudável.Na madrugada deste domingo, o Irã fechou um acordo histórico com os Estados Unidos e outras cinco potências mundiais, aceitando congelar temporariamente seu programa de enriquecimento de urânio. É o avanço mais significativo das negociações entre Washington e Teerã em mais de três décadas de estranhamento.O presidente iraniano, Hassan Rohani, endossou o acordo, que implica na suspensão das atividades nucleares por seis meses em troca de alívio limitado e gradual das sanções, incluindo o acesso aos US$ 4,2 bilhões gerados pelas vendas de petróleo. O período de seis meses dará aos diplomatas tempo para negociar um pacto mais abrangente.A decisão resulta do diálogo público aberto no encontro anual da Organização das Nações Unidas (ONU) em setembro, durante o qual o presidente norte-americano, Barack Obama, teve uma conversa de 15 minutos por telefone com Rohani, eleito em junho deste ano. Fonte: Dow Jones Newswires.

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