Congresso só de situação toma posse na Venezuela

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Por Agencia Estado
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Em um fato sem precedentes nas quase cinco décadas de democracia na Venezuela, tomou posse hoje a nova Assembléia Nacional (Congresso), integrada, em sua totalidade, por governistas. O presidente do Congresso, o deputado Nicolás Maduro, disse à imprensa que a ausência de opositores na Assembléia não é responsabilidade do governo do presidente Hugo Chávez. "A oposição não está na Assembléia por culpa de seu próprio erro, por culpa da loucura de ter se retirado das instâncias públicas e políticas", afirmou Maduro, que é um dos colaboradores mais próximos do presidente venezuelano. O congressista afirmou que, apesar da falta de opositores, haverá no novo Congresso "pluralidade social" porque há "representatividade direta dos setores sociais". "A pluralidade política da nova democracia vem pela representação social direta...Eles (a oposição) se negaram a estar aqui, mas a nação está representada", disse Maduro. As principais forças de oposição do país se retiraram das eleições legislativas de dezembro, alegando que não havia condições para a realização de um pleito transparente. Chávez rejeitou as acusações e afirmou que a oposição se retirou simplesmente porque não contava com apoio popular. Maduro anunciou que o novo Congresso se transformará num "poder popular" que funcionará como um "órgão de expressão direta da opinião das maiorias nacionais, independentemente de sua militância política, se sua crença religiosa, de sua inclinação ideológica". O deputado Pedro Carreño disse à agência estatal de notícias que a nova Assembléia vai "legislar para fornecer ao executivo nacional os instrumentos legais para aprimorar o processo revolucionário da Venezuela". Nas eleições de 4 de dezembro, que foram marcadas pela retirada da oposição e por uma abstenção de 74,7%, foram eleitos 167 deputados para um mandato de cinco anos.

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