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Conheça cinco aspectos da vida de Trotsky

O líder da revolução russa usava o nome de um carcereiro, viajou durante anos e foi morto na Cidade do México

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Por Redação
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CIDADE DO MÉXICO - Leon Trotsky, um dos grandes ideólogos da Revolução Russa de 1917, foi assassinado por ordem de Stalin, no México, há 80 anos. Conheça alguns aspectos importantes sobre o fundador do Exército Vermelho, que inspirou vários seguidores durante décadas.

Vista do túmulo de Leon Trotsky em Coyoacán Foto: CLAUDIO CRUZ / AFP

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Nome do carcereiro 

Em 7 de novembro de 1879, no sul da Ucrânia, então parte do Império Russo, nasce Lev Davidovich Bronstein em uma família judaica rica de agricultores.

Quando estudava em Odessa, se uniu ao movimento revolucionário, foi preso e deportado para a Sibéria. Escapou em 1902, deixando para trás a mulher e os dois filhos, e emigrou para Londres com um passaporte falso com o sobrenome "Trotsky", que pegou de um guarda da prisão em Odessa.

Em Londres conheceu outro exilado político e marxista: Vladimir Ilyich Ulyanov, Lenin. A princípio foram rivais, mas depois uniram forças na Rússia para a revolução.

Vida no exílio 

Trotsky teve uma vida itinerante, morando em vários países da Europa e nos Estados Unidos.

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Mesa de Trotsky, líder da revolução russa, em sua casa no México, onde foi assassinado Foto: CLAUDIO CRUZ / AFP

Depois de Londres, seguiu para Munique e depois Genebra com Natalia Sedova, que conheceu em Paris e se tornou sua segunda mulher.

Trotsky retornou à Rússia em 1905 durante a primeira revolução e se uniu ao primeiro "Conselho de Trabalhadores" ou "Soviet" em São Petersburgo, onde novamente foi detido e deportado pelo resto da vida para a Sibéria.

Depois de escapar mais uma vez, ele viajou por Viena, Zurique, Paris e Estados Unidos, de onde retornou à Rússia para a revolução de 1917.

Depois da morte de Lenin em 1924, Trotsky foi expulso da União Soviética por seu rival Joseph Stalin em 1929. Passou pela Turquia, França e Noruega, antes de buscar refúgio no México, onde permaneceria até sua morte.

Gestor do Exército Vermelho 

Casa onde Trotsky viveu perto da Cidade do México se tornou um museu Foto: CLAUDIO CRUZ / AFP

Nos anos posteriores à revolução de 1917, em meio à guerra civil entre os bolcheviques "vermelhos" e os "brancos", que não aceitavam o novo regime, Trotsky fundou o Exército Vermelho. Em menos de três anos, o exército passou a contar com quase cinco milhões de soldados.

Trotsky mobilizou as tropas viajando milhares de quilômetros em um trem blindado pelo vasto território, usando seu talento como orador para inspirar os soldados, sem hesitar em atirar nos desertores e oponentes.

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"Revolução permanente" 

Enquanto Stalin defendia o "socialismo em apenas um país", Trotsky defendia a "revolução permanente" em todo o mundo.

Em 1938 fundou em Paris a organização revolucionária conhecida como Quarta Internacional, concebida como uma alternativa à Terceira Internacional instalada na Rússia com Stalin. Seu objetivo era criar um novo Partido Socialista mundial, fiel às ideias de Lenin, e expandir a revolução.

Durante décadas, vários partidos e grupos passaram a se identificar como trotskistas.

A morte

Quando Trotsky se refugiou no México em 1937, os expurgos de Stalin haviam começado: vários cidadãos soviéticos considerados hostis ao regime foram executados, presos ou obrigados a partir para o exílio.

Em 24 de maio de 1940, Trotsky escapou de uma tentativa de assassinato quando um grupo invadiu sua casa na Cidade do México e metralhou o quarto em que dormia com a mulher.

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Trotsky morreu ho hospital um dia depois de ser feerido na cabeça com uma picareta enquanto lia um texto Foto: Taylor Mickal / International Spy Museum / AFP

Três meses depois, na noite de 20 de agosto, Ramón Mercader, um comunista espanhol que trabalhava como agente da União Soviética, visitou a casa de Trotsky sob o pretexto de lhe mostrar um artigo. Quando Trotsky estava sentado em seu escritório, concentrado na leitura, Mercader cravou uma picareta em sua cabeça.

Trotsky morreu no dia seguinte em um hospital da Cidade do México. Tinha 60 anos. / AFP

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