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Conseguirá o país sobreviver a Erdogan?

O sistema democrático da Turquia será testado a fundo em uma eleição parlamentar fatídica. Em jogo está a preservação do Estado de Direito e da democracia liberal face a um presidente com tendências cada vez mais autoritárias. Se o partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) do presidente Erdogan vencer, todo o sistema de separação de poderes na Turquia provavelmente chegará a um ponto de ruptura. Erdogan terá a carta branca que deseja para modelar, conformar e conduzir o Estado para qualquer direção que desejar numa forma de governo parcialmente legal ditatorial. E isso num momento em que a sua presidência está cada vez mais errática, arbitrária, corrupta, vingativa e fora da realidade. Até 2011 este talvez tenha sido o melhor governo que a Turquia teve desde que adotou um sistema democrático na década de 50. Os sucessos de Erdogan incluíram uma maior democratização do país, um crescimento econômico e uma prosperidade surpreendentes, a expansão dos serviços sociais, a remoção bem sucedida dos militares da política. Na época, a Turquia era o modelo supremo de sucesso para uma região com pouca liderança, visão e progresso. Mas isso não durou. Depois de 10 anos no poder, poucos governos conseguem ficar imunes à corrupção. Em 2011 começamos a observar certa insatisfação com relação às medidas de Erdogan. Os primeiros protestos foram trados com arrogância e força excessiva. O estilo de governo de Erdogan ficou cada vez mais errático, até quixotesco. É triste ver tantas realizações serem desperdiçadas.

Por Graham Fuller e GLOBAL VIEWPOINT
Atualização:

É EX-DIRETOR DA CIAC

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