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Conselho de Chefes de Fiji rejeita governo golpista

Grande Conselho de Chefes de Fiji elege o premier e o presidente fijianos

Por Agencia Estado
Atualização:

O Grande Conselho de Chefes de Fiji, instituição que tem o poder de escolher o presidente do país, não reconhecerá o regime do militar golpista Frank Bainimarama, o que impede a formação de um governo segundo a tradição, disse nesta quinta-feira o presidente do Conselho, Ovini Bokini. Bainimarama, que derrubou o governo do primeiro-ministro Laisenia Qarase, espera que o Grande Conselho de Chefes (GCC) se reúna para escolher um novo presidente, disse o novo primeiro-ministro fijiano, Jona Senilagakali, segundo informou o site Fijilive. O general, que na segunda-feira tomou a presidência e o executivo, disse após o golpe que quer que o Grande Conselho de Chefes mantenha como presidente Josefa Iloilo, que já desempenhava o cargo antes do golpe. Os membros do GCC adiaram por tempo indeterminado a sua próxima reunião, que estava prevista para a próxima semana. Bokini negou ter recebido um pedido de Bainimarama para convocar uma nova reunião. Fiji sofreu quatro golpes de Estado nos últimos 20 anos. Em 2000, o empresário George Speight tentou aumentar os poderes dos fijianos nativos, que formam 51% da população, em relação aos de origem índia, que são 44%. Na época, ele derrubou o primeiro-ministro trabalhista, Mahendra Chaudhry, que comandava um governo multirracial. Bainimarama, que na época ocupou temporariamente a Presidência, conseguiu controlar a situação ao instaurar a administração de Laisenia Qarase e prometer a anistia aos golpistas, mas depois negou ter feito a promessa. Em 2005, legitimado pelas urnas, Qarase apresentou um projeto ao Parlamento para anistiar os golpistas e ganhar assim o apoio dos nacionalistas. Em resposta, Bainimarama lançou sua campanha para mudar o governo, que levou ao golpe de Estado de segunda-feira.

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