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Conselho de Direitos Humanos condena ofensiva militar israelense

O Brasil pede que as negociações sejam retomadas, mas, ainda que tenha votado pela condenação de Israel, pede também que os palestinos tomem providências

Por Agencia Estado
Atualização:

O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou nesta quinta-feira as recentes ações de Israel nos territórios palestinos ocupados, ainda que a Europa tenha votado contra a resolução proposta pelos países árabes. O Brasil votou a favor da condenação, mas em seu discurso para explicar o voto, pediu que o grupo islâmico Hamas renuncie ao uso da força e trabalhe pela libertação do soldado israelense capturado Gilad Shalit. A decisão do Conselho de Direitos Humanos da ONU critica as ações militares de Israel na Faixa de Gaza e pede que as autoridades palestinas e civis que foram presos na operação sejam libertados. A resolução solicita que Israel "solte imediatamente os ministros palestinos que foram presos". Dos 47 membros do Conselho de Direitos Humanos, 29 votaram pela condenação, além de sugerirem que uma missão de relatores da ONU seja enviada à região para avaliar a situação. A resolução ainda pede que Israel pare imediatamente as ações militares. A reunião especial do Conselho foi a primeira de sua história e foi marcada pela oposição dos países ocidentais à resolução. Sem um consenso, o tema foi obrigado a ir a votação, algo que a ONU gostaria de evitar. O motivo da oposição dos países ocidentais é que a decisão não exige dos palestinos que soltem o soldado israelense capturado. "Enquanto nos reunimos, tanques israelenses estão se movendo e atacando os palestinos", disse Mohammad Abu-Koash, embaixador da Autoridade Nacional Palestina (ANP) na ONU. Os Estados Unidos, apesar de não fazerem parte do Conselho de Direitos Humanos da ONU, criticaram a resolução. "A oportunidade histórica que tínhamos de tratar da questão de uma maneira justa resultou num esforço desequilibrado e que acusa apenas Israel", criticou Warren Tichenor, embaixador americano nas Nações Unidas em Genebra. Para a delegação brasileira, "a violência alimentará ainda mais o conflito". O Brasil pede ainda que as negociações sejam retomadas. Mas Brasília, ainda que tenha votado pela condenação de Israel ao lado de Cuba, China, Argentina, Índia e Paquistão, pede também que os palestinos tomem providências. O governo brasileiro quer que o Hamas "reconheça o direito de existência do Estado de Israel, cumpra os acordos dos processos de paz e promova a reconciliação, começando pela liberação do soldado Gilad Shalit".

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