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Conselho de Segurança cancela reunião para discutir crise do Irã

Os membros do Conselho ainda não conseguiram chegar a um acordo sobre a estratégia que deverá ser adotada sobre a questão nuclear iraniana

Por Agencia Estado
Atualização:

O Conselho de Segurança da ONU cancelou as consultas previstas para esta terça-feira para discutir uma declaração presidencial sobre a crise nuclear do Irã, diante das dificuldades para alcançar um acordo, informaram fontes deste órgão. Os 15 membros do Conselho tinham previsão de debater o rascunho de um declaração presidencial, elaborada pela França e pelo Reino Unido, para exigir que o Irã cumpra as demandas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio. Fontes do Conselho de Segurança - cuja Presidência rotativa está a cargo do embaixador da Argentina, César Mayoral - disseram que alguns membros tinham pedido para cancelar a reunião, que possivelmente será remarcada para quinta ou sexta-feira. O cancelamento acontece um dia depois da realização de uma reunião em Nova York, com altos funcionários dos Ministérios das Relações Exteriores dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia). O encontro também teve a participação da Alemanha, que junto com a delegação da França e do Reino Unido formam a troika européia (UE-3), que há meses tenta convencer Teerã a renunciar a suas atividades de enriquecimento de urânio, em troca de um pacote de incentivos econômicos. A reunião terminou sem acordo sobre a declaração presidencial, assim como sobre uma estratégia mais ampla a seguir caso esse país continue a descumprir suas obrigações no âmbito nuclear. O subsecretário americano de Estado para Assuntos Políticos, Nicholas Burns, já antecipou na saída da reunião que a adoção da declaração presidencial "levaria mais uns dois dias". A China e a Rússia mostram cautela sobre qualquer decisão que possa ser tomada no Conselho de Segurança que abra a possibilidade futura de impor sanções ao Irã. Ambos os países temem que a decisão provoque a irritação de Teerã, fazendo com que o país rompa todos os contatos com a AIEA, além de se retirar do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TPN). Fontes diplomáticas disseram que diante da dura oposição da Rússia, apoiada pela China, os patrocinadores da declaração presidencial - França e Reino Unido - revisarão de novo o texto para tentar que os dois primeiros se somem ao consenso.

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