Conselho de Segurança não chega a consenso sobre o Irã

Rússia e China continuam opondo-se a uma minuta de declaração presidencial

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Por Agencia Estado
Atualização:

O diplomata russo Konstantin Dolgov disse nesta quinta-feira que Moscou acredita que os países com poder de veto no Conselho de Segurança (CS) da ONU resolverão o impasse do programa nuclear iraniano, visto que os ministros do Exterior desses países estão se esforçando para chegar a um acordo sobre o assunto. A Rússia e a China continuam opondo-se a uma minuta de declaração presidencial, elaborada por Reino Unido e França, com o apoio dos EUA, para exigir que o Irã suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio e cumpra as exigências da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Os dois países temem que, caso o Conselho imponha sanções, o Irã rompa sua cooperação com a AIEA e, em caso extremo, se retire do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP). O CS adiou uma reunião prevista para esta semana para discutir a minuta de declaração presidencial, que exige a suspensão das atividades nucleares do Irã e que a AIEA apresente um relatório sobre o tema num prazo de 14 dias. A reunião ainda não tem uma nova data para realização, que, segundo fontes do Conselho, poderia ser na terça-feira, mas ainda depende do resultado das negociações dos países com poder de veto no CS. O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse em Pequim que o propósito da declaração é justamente o contrário, ou seja, "transferir o dossiê iraniano para o Conselho", como demonstram alguns pontos do documento. Reino Unido e França manifestaram sua intenção de aceitar emendas na minuta, mas não descartaram a possibilidade de, se as divergências continuarem, transformar o texto numa resolução e submetê-la à votação no Conselho. Uma declaração presidencial não é vinculativa e deve ser adotada por consenso. Já uma resolução só precisa dos votos de nove dos 15 membros do Conselho de Segurança, desde que não haja veto por parte dos cinco permanentes (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China).

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