Conselho de Transição da Líbia encontra vala comum com centenas de corpos

Vítimas eram presos massacrados por forças de Khadafi em 1996; caso inflamou protestos contra coronel.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Forças do Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia disseram neste domingo ter encontrado uma vala comum na capital, Trípoli, com 1.270 corpos. Segundo o CNT, os corpos são de detentos que foram mortos na prisão de Abu Salim, em 1996, por forças do governo do coronel Muamar Khadafi. As manifestações contra Khadafi começaram, no início do ano, com protestos pedindo justamente a libertação do advogado que representava as famílias dos presos de Abu Salim. Em fevereiro, dezenas de famílias das vítimas fizeram um grande protesto em Benghazi, no leste do país, exigindo a libertação do advogado. Grupos de direitos humanos estimam que mais de 2 mil pessoas foram mortas no massacre de Abu Salim. Exames de DNA "Estamos diante de 1.270 mártires e vamos identificar cada um deles comparando seu DNA com o de familiares", disse o médico Osman Abdul Jalil, acrescentando que esse processo pode demorar anos. O CNT já pediu ajuda internacional para identificar os corpos. Khaled al-Sharif, porta-voz do CNT em Trípoli, afirmou que investigadores encontraram a vala há cerca de duas semanas. A descoberta foi feita a partir de informações dadas por pessoas presas sob suspeita de envolvimento com o massacre. Na próxima semana, será iniciada uma outra escavação, desta vez no local da prisão, onde acredita-se que haja mais mil corpos. O massacre teria ocorrido após os detentos prenderem um guarda, em protesto contra as condições do local e contra as restrições a visitas de familiares. De acordo com um ex-detento, as forças de seguranças levaram centenas de prisioneiros para diferentes áreas e abriram fogo com eles durante mais de uma hora. Neste domingo, o CNT ampliou os ataques contra as forças leais a Khadafi em Sirte, um dos dois últimos redutos do regime deposto. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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