Conselho iraquiano quer corte para julgar crimes da era Saddam

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro conselho político iraquiano do pós-guerra anunciou nesta terça-feira que pretende criar uma comissão de alto nível encarregada de nomear um tribunal para julgar membros do regime de Saddam Hussein e outros acusados de crime contra a humanidade. Um diretor da Ong Human Rights Watch, no entanto, fez objeções ao plano, dizendo que tal tribunal colocaria ex-vítimas de Saddam e de seu regime na posição de julgar seus antigos algozes, o que não resultaria em justiça. Entifadh Qanbar, porta-voz do Congresso Nacional Iraquiano - cujo líder, Ahmad Chalabi, é um dos 25 membros do conselho de governo interino - disse que levar os membros do antigo regime à justiça é uma das questões que maior pressão exercem sobre o novo governo. ?Não estamos falando de crimes normais. Estamos falando da morte de 8.000 membros da tribo Barzani em 1982. Estamos falando de cerca de 300 mil xiitas mortos após a Guerra do Golfo de 1991?, disse Qanbar em uma entrevista à imprensa. Entretando, Hania Mufti, diretor em Londres do Human Rights Watch, disse que o sistema judiciário iraquiano não tem condições de assumir a tarefa de julgar esse tipo de crimes e que especialistas internacionais devem partipar desse processo. Qanbar também disse que o Conselho governante também enviou um pedido ao ex-comissário de polícia de Nova York Bernard Kerik, encarregado de reestruturar a polícia iraquiana, e ao comandante das forças terrestres americanas, general Ricardo Sánchez, para que o novo governo interino seja regularmente informado sobre a situação da segurança no país. Ao mesmo tempo, um porta-voz do comando militar americano que não quis se identificar disse que a média diária de ataques de insurgentes contra as forças dos EUA no Iraque subiu para 12. Ele também disse que os soldados da Terceira Divisão de Infantaria do Exército estacionados na tumultuada cidade de Ramadi vão continuar atuando no Iraque, e negou que a permanência dos soldados esteja afetando o moral das tropas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.