Conservador defende bandeiras históricas no Reino Unido

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Por AE
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Um dos sensos comuns que pairam em Londres desde a tarde de sexta-feira, quando o Partido Conservador fez sua proposta de acordo ao Liberal, é que David Cameron quer o poder, mas não pode negociar sua alma. Bandeiras históricas de seu partido, como os investimentos em defesa e a aversão à reforma política, e causas mais recentes, como a rejeição à União Europeia e à imigração, são inegociáveis e atrapalham a criação de um governo de coalizão com Nick Clegg, hipótese avaliada ontem pela imprensa britânica como "muito difícil".A dificuldade em flexibilizar as principais propostas de seu partido foi exposta no dia seguinte à eleição, quando Cameron anunciou sua intenção de propor "uma grande, aberta e abrangente oferta aos liberais". O conservador diz estar pronto a negociar os temas comuns aos dois programas de campanha, mas sem abrir mãos de seus princípios. Lá estão a reforma fiscal, os investimentos em uma economia sustentável, e a oposição de ambos ao projeto trabalhista de criar um novo sistema de identificação para britânicos e estrangeiros.Cameron não pode esconder as divergências históricas entre os dois partidos. "Quero deixar claro que não acredito que um governo deva conceder mais poderes à União Europeia", afirmou em sua "oferta", batendo de frente com Clegg, um ardoroso fã da integração, a ponto de defender a adoção do euro em plena crise da Grécia. Referindo-se à proposta liberal de regularização em massa dos estrangeiros ilegais que residam no país há mais de dez anos, Cameron também foi taxativo: "Não acredito que um governo possa ser fraco ou sutil com a imigração, que precisa ser controlada de forma apropriada." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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