Theresa May reforça poder em eleições locais britânicas

Conservadores ganharam 11 Câmaras totalizando 28 das 88 no país; teste é crucial para governo que enfrenta votação em junho

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Por Redação
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LONDRES - O Partido Conservador da primeira-ministra britânica, Theresa May, conseguiu uma ampla vitória nas eleições locais, que reforçam a líder em sua disputa com a União Europeia e profetizam uma vitória similar nas legislativas de 8 de junho, segundo resultados divulgados nesta sexta-feira, 5.

As eleições de quinta-feira constituem um revés para o cada vez mais questionado líder trabalhista, Jeremy Corbyn, que está 20 pontos porcentuais atrás de May nas pesquisas para a próxima consulta.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, em campanha em Mevagissey, Inglaterra Foto: AFP PHOTO / POOL / DYLAN MARTINEZ

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O antieuropeu Partido de Independência do Reino Unido (Ukip) foi barrado quase totalmente – dos mais de 100 vereadores que tinha, manteve somente 1 –, confirmando as dificuldades para capitalizar a conquista de seu grande sonho, a saída da União Europeia (UE).

Os conservadores obtiveram 1,9 mil vereadores, 558 a mais do que nas eleições anteriores, enquanto os trabalhistas perderam 320, mantendo 1.151. Os liberais-democratas, que esperavam capitalizar o voto pró-Europa, perderam 37 cadeiras, ficando com 441. Os conservadores controlam agora 28 das 88 Câmaras – ganharam 11 – e os trabalhistas, 9 – perderam 7.

Teste. May foi eleita por seu partido em julho em substituição a David Cameron, que renunciou, como líder e chefe de governo. No entanto, ela não havia enfrentado mais do que poucas eleições parciais – nada do tamanho de eleições locais ou legislativas, como a de junho.

Esse teste chegou em um contexto de forte tensão com Bruxelas, que levou a primeira-ministra a acusar a UE de ingerência eleitoral e a pedir aos britânicos que “cerrassem fileiras” ao seu redor.

Após saber da vitória, a premiê, que busca ampliar consideravelmente sua maioria absoluta na Câmara dos Comuns, pediu a seu eleitorado que se mantenha alerta. “Não dou nada como certo, assim como minha equipe, pois há muito em jogo”, disse, durante uma visita a uma fábrica. “Aqui não se trata de quem ganha ou perde nas eleições locais, mas de quem continua lutando para conseguir o melhor acordo” de saída da UE, acrescentou.

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“E a realidade é que somente o triunfo dos conservadores nas eleições gerais marcadas para daqui a 34 dias fortalecerá minha posição para conseguir o melhor acordo para o Reino Unido”, destacou May.

O líder trabalhista admitiu que o partido perdeu “muitos vereadores” e pediu a partidários que não desanimem. “Temos cinco semanas para vencer as eleições gerais e transformar o Reino Unido não só para alguns, mas para muitos”.

Na Escócia, os trabalhistas perderam, pela primeira vez desde 1980, o controle da Câmara dos Vereadores de Glasgow, que passou para as mãos dos independentistas do Partido Nacional Escocês (SNP), que já governa a região. Como alento, os primeiros prefeitos eleitos da história de Liverpool e Manchester serão trabalhistas, Steve Rotherham, e Andy Burnham, respectivamente.

Palitinho. Em um dos momentos mais inusitados das eleições locais no Reino Unido, uma coalizão de partidos derrotou os conservadores no Condado de Northumberland, no nordeste da Inglaterra, na disputa do palito mais longo. 

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A cadeira dependia do resultado do Distrito de South Blyth. Com empate após duas recontagens de votos, a candidata liberal-democrata de South Blyth, Lesley Rickerby, venceu o conservador Daniel Carr ao escolher o palito correto. O método – válido e tradicional, de acordo com o jornal The Guardian – foi escolhido pelo funcionário da Comissão Eleitoral, que preferiu não recorrer ao cara e coroa.

Apesar da vitória, Rickerby descreveu a experiência como “muito traumática”. “É incrível, levando em consideração que temos um sistema democrático, que acabemos disputando nos palitos”, disse. “Certamente preferia ter a maioria. Mas, após duas recontagens, não tínhamos alternativa.”

Apesar do revés em South Blyth, essa foi a melhor votação dos conservadores na região desde 1972, quando foi estabelecida a administração local. O partido da premiê Theresa May ficou com 33 das 67 cadeiras do condado, apenas uma a menos do que o necessário para ter a maioria absoluta, os trabalhistas ficaram com 24, os independentes com 7 e os liberais-democratas, com 3.  / AFP 

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