Conservadores reduzem chance de mudança para Cuba

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Por AE
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A perspectiva de mudança na política norte-americana para Cuba está diminuindo, em razão da possível vitória republicana nas eleições para o Congresso, onde já é grande a relutância em relaxar o embargo econômico de quase meio século contra a ilha comunista. Várias pesquisas de opinião mostram que os republicanos devem conquistar a maioria na Câmara dos Representantes após as eleições legislativas da próxima terça-feira, o que significa um mau augúrio para um projeto de lei que busca o fim de restrições a viagens para Cuba.Uma coalizão de legisladores liberais, grupos empresariais e agrícolas vê a medida, que também facilitaria a venda de produtos agrícolas norte-americanos para Cuba, como o primeiro passo na direção da retirada do embargo estabelecido em 1962. "Eu não acredito que o ambiente vá mudar após as eleições de meio de mandato", disse Ted Piccone, especialista do Brookings Institution. "Há vozes muito fortes entre os democratas que são a favor do status quo, não querem ver mudanças antes de uma mudança de regime em Cuba".A lei, apoiada por 140 organizações, foi aprovada em junho no Comitê de Agricultura da Câmara dos Representantes. Porém, deve ainda passar pelo Comitê de Relações Exteriores e pelo pleno da Câmara, antes de ir para o Senado. Entre os senadores, vários democratas admitem que não terão votos suficientes para aprovar a lei. Há ainda outros, como o democrata Robert Melendez, cuja cadeira está em disputa nas eleições desta terça-feira, que prometem trabalhar para evitar a passagem da lei a qualquer custo.O ex-senador Mel Martínez, um republicano que nasceu em Cuba e é contra o regime de Raúl Castro, diz que os grupos que desejam levantar o embargo estão "tremendamente enfraquecidos por esse ciclo" eleitoral. Além disso, Cuba está tão em baixa nas prioridades políticas dos eleitores que o tema não foi muito tratado na campanha. Porém, um impulso da Casa Branca poderia ainda mudar a direção da política dos EUA para Cuba, disse Sarah Stephens, diretora para o Centro pela Democracia nas Américas, um dos grupos que defende a lei para se permitir viagens a Cuba.Obama já liberou viagens de cubano-americanos até a ilha e o envio de dinheiro para parentes na ilha. Também permitiu acordos de telecomunicações e retomou o diálogo sobre imigração com Havana. Porém, o presidente disse na semana passada a correspondentes hispânicos que seu governo "ainda não viu o resultado total dessas promessas" de maior abertura política pelo regime cubano. As informações são da Dow Jones.

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