
13 de agosto de 2019 | 03h58
CARACAS - A Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, integrada apenas por chavistas, decidiu nesta segunda-feira, 12, revogar a imunidade parlamentar de quatro deputados opositores para que eles possam ser julgados por crimes comuns.
A decisão foi tomada atendendo a pedido feito pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), também controlado pelos chavistas.
José Guerra, Tomás Guanipa, Juan Pablo García e Rafael Guzmán foram os deputados afetados pela decisão. Todos são acusados de terem "incorrido de maneira flagrante" em vários crimes, entre eles traição à pátria e conspiração.
O presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, leu o pedido feito pelo TSJ para revogar a imunidade parlamentar dos quatro deputados, que foram eleitos para a Assembleia Nacional, o parlamento da Venezuela, considerado "sem funções" pela Justiça.
A Assembleia Nacional Constituinte, que não é reconhecida por vários países, revogou a imunidade parlamentar de mais de 20 deputados nos últimos dois anos. Um dos afetados pelas ações do órgão foi o líder da oposição, Juan Guaidó, que prometeu tomar medidas para proteger os colegas do Legislativo da nova investida do chavismo.
A medida foi tomada após o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ter ameaçado "castigar com severidade" os que apoiarem o bloqueio aos bens do país decretado pelo governo de Donald Trump.
Nas redes sociais, Guaidó afirmou que a imunidade parlamentar dos quatro deputados opositores não pode ser revogada por "falsas instituições". "Ninguém reconhece o falso TSJ. Nem a fraudulenta Constituinte. Só resta a eles a repressão. Obstruem qualquer solução pacífica para defender seus negócios e interesses pessoais", disse Guaidó. / EFE
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