PUBLICIDADE

Construção de colônias na Cisjordânia está acelerada, diz 'Haaretz'

Taxa de crescimento dos assentamentos é quatro vezes maior que nos últimos dois anos

Atualização:

Operários traballham em assentamento de Kiryat Arba, perto de Hebron.

 

PUBLICIDADE

JERUSALÉM - A construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia desde o fim da moratória decretada pelo Estado judeu está quatro vezes mais rápida que a média dos últimos anos, informa o jornal Haaretz nesta quinta-feira, 21, citando um estudo realizado pela agência Associated Press.

 

Veja também:especialInfográfico: As fronteiras da guerra no Oriente MédioespecialLinha do tempo Idas e vindas das negociaçõesforum Enquete: Qual a melhor solução para o conflito?

 

Os colonos israelenses retomaram as construções a partir do dia 26 de setembro, quando a paralisação da expansão foi encerrada, e desde então, em três semanas, já construíram quase 550 casas. Segundo as médias de dois anos atrás, neste período eram construídas 115 novas moradias.

 

Muitas das novas casas estão sendo erguidas em áreas que fariam parte do futuro Estado palestino caso um eventual acordo seja firmado, o que irritou os palestinos. "Esses números são alarmantes e são um novo indicador que Israel não mantém uma postura séria no processo de paz, que deve tratar do fim da ocupação", disse Ghassan Khatib, porta-voz de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

 

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por sua vez, minimizou as novas construções, dizendo que elas "não teriam efeito real no mapa de um eventual acordo de paz".

 

Netanyahu decretou a moratória em novembro do ano passado como uma medida para tentar atrair os palestinos para as negociações. As conversas diretas foram retomadas neste ano, mas o israelense disse que não renovaria a medida. Os palestinos, por sua vez, ameaçaram se retirar do processo caso as construções fossem retomadas.

Publicidade

 

O governo dos EUA, que atua como mediador no diálogo, pressiona Israel para renovar a medida para que as negociações não tornem a fracassar. Os americanos propuseram uma nova paralisação de dois meses, mas a ANP diz que esse período é muito curto para que se chegue a um acordo que defina as fronteiras dos dois Estados.

 

Aproximadamente 300 mil colonos judeus vivem na Cisjordânia, onde também vivem 2,2 milhões de palestinos. Os colonos ocupam a área desde a Guerra dos Seis Dias de 1967. A ocupação não é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.