Consulado acompanha incidentes com brasileiros nos EUA

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Por Agencia Estado
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O advogado Nelson Tabacow Felmanas, detido em Nova York na noite de sábado antes de embarcar num vôo para Londres e liberado sob fiança, aguardava nesta terça-feira a definição da data em que deverá apresentar-se em juízo para, possivelmente, responder a processo judicial. O caso de Felmanas é uma das duas ocorrências policiais envolvendo brasileiros, registradas pelo Consulado Brasileiro em Nova York nos últimos dias, que teriam relação com a segurança das pessoas depois do ataque ao World Trade Center. O outro é o do estudante Hermes Barbosa de Lima que, no dia 12, foi espancado em Bridgeport, no Estado de Connecticut. O cônsul-geral do Brasil em Nova York, Flávio Perri, disse nesta terça-feira ter recebido telefonemas do ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, e do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Rubens Aprobatto Machado, relatando o que aconteceu com Felmanas e solicitando que a chancelaria acompanhasse o caso. Irritação Conforme o embaixador, o advogado teria se irritado com a revista feita antes do embarque e "feito alguma referência que provocou a desconfiança das autoridades". Segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo, ao ser questionado por um policial sobre o que levava em sua bagagem, o advogado respondeu, em tom de brincadeira: "Um revólver". Felmanas teria pago US$ 1 mil de fiança para ser liberado e contratou advogados americanos para defendê-lo. "O consulado não participa de processos judiciais", explicou Perri. "Mas vai acompanhar o caso e terá representante na audiência quando o advogado tiver de se apresentar às autoridades americanas." Duas versões No caso de Hermes Barbosa de Lima, que já voltou ao Brasil, o cônsul Flávio Perri via-se nesta terça-feira diante de duas versões da mesma história. Em entrevista ao jornal Correio Brasiliense, Lima contou que foi xingado e espancado por um grupo de oito norte-americanos na noite da quarta-feira, dia 12. Na versão para o jornal, ele disse ter sido confundido com um imigrante árabe quando falava português num telefone público em Bridgeport. Para o cônsul, o rapaz disse que era residente no bairro de Queens, em Nova York e, sem explicar o que estaria fazendo em Bridgeport, disse que apanhou por estar num telefone público que é usado por traficantes de drogas. Lima disse estar sem dinheiro e recebeu US$ 20 de ajuda do consulado "para comer", segundo afirmou o cônsul. Perri disse ainda que o rapaz lhe informou não ter registrado queixa na polícia. "Podemos responder apenas pela versão que ele nos passou", disse Perri. "Para nós, ele não relacionou o caso a um possível ataque racista." Braço trincado e nariz quebrado Lima, de 23 anos, está com o braço direito trincado em dois lugares e com o nariz quebrado. Lima disse que tentou retornar ao Brasil no dia seguinte ao espancamento. Como os aeroportos estavam fechados, o brasileiro só conseguiu marcar a passagem para esta terça-feira. Durante a surra que levou, o estudante foi chamado de "árabe filho da puta" várias vezes.

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