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Consumo de drogas cresce no Rio de Janeiro

Por Agencia Estado
Atualização:

Levantamento realizado pelo Conselho Estadual Antidrogas do Rio de Janeiro mostra que o número de dependentes de drogas que procuraram ajuda médica subiu 70% nos oito primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, pulando de 10.943 para 18.691 atendimentos. O resultado é considerado muito preocupante, porque pode indicar crescimento real no consumo de drogas e no número de usuários em estágios avançados da dependência. ?Achamos que essa elevação é, em parte, resultado da divulgação do nosso trabalho, mas, sem dúvida, também é conseqüência do crescimento no consumo de drogas?, avaliou o presidente do conselho, Murilo Asfora. Classe média e alta O estudo mostra ainda uma mudança no perfil do dependente que procura o conselho, com aumento de pessoas das classes média e alta. No registro de novos atendimentos, subiu 59% o total de moradores da zona sul carioca, contra um crescimento de 5% da zona norte e 27% da região oeste. Houve ainda elevação de 59% dos dependentes com terceiro grau completo, e um crescimento recorde de 177% dos dependentes que ganham mais de 20 salários mínimos. Haxixe e cocaína injetável ?Isso mostra que as classes mais altas estão começando a nos procurar, o que é ótimo. Tivemos até os primeiros atendimentos de pós-graduados?, afirma Asfora. Outra revelação da pesquisa foi a notificação dos primeiros casos de dependentes de haxixe e de cocaína injetável no Rio, registrados no mês passado. O número ainda é pequeno (cinco usuários de cada droga), mas pode indicar uma tendência, segundo os especialistas. ?O haxixe pode ser um problema, porque ele é uma droga que, geralmente, é usada em conjunto com outras?, explica Asfora. ?E, diferentemente de casos de usuários de crack, como já registramos, não são pessoas que vieram de outros Estados.? Drogas combinadas O uso combinado de drogas é outra grande preocupação do conselho. A pesquisa revelou que os dependentes que consomem duas ou mais drogas aumentaram 86%. E a mistura é, na maior parte dos casos, de cocaína com álcool ou com algum remédio. Álcool e cocaína foram também as drogas que mais ganharam novos adeptos (crescimento de 30% e 14%, respectivamente). ?São combinações muito perigosas e cada vez mais freqüentes no conselho?, ressalta Asfora.

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