Continuam protestos em frente ao Palácio de Governo na Tunísia

11 mil manifestantes chegaram à capital e se somaram aos que já estavam em frente à sede do Executivo

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Por Efe
Atualização:

TUNÍSIA - Milhares de manifestantes continuam nesta terça-feira, 25, os protestos em Túnis, após terem desafiado nesta noite o toque de recolher, e mantêm a manifestação em frente ao Palácio do Governo da capital exigindo a saída de todos os ministros do regime anterior do Executivo de transição.

 

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Nesta madrugada, 11 mil manifestantes procedentes das regiões sulinas de Kebili e Tataouine chegaram à capital e se somaram aos que já estavam desde a noite em frente à sede do Executivo, segundo constatou a Agência Efe.

 

"Viemos até aqui porque esta é uma ocasião única, que não se repetirá nunca mais para alcançar uma verdadeira mudança em nosso país", disse à agência Efe Hassem, um camponês de Kebili.

 

Até a praça onde se encontra a sede do Governo, na velha medina de Túnis, desde domingo já chegaram caravanas manifestantes de diferentes regiões do todo o país.

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Trata-se em sua maioria de jovens, estudantes e camponeses, procedentes das áreas mais pobres da Tunísia, que viajam a capital com fotos dos mortos nas revoltas em suas regiões e garantem que não irão embora até a posse de um novo Governo desvinculado totalmente do regime anterior.

A primeira caravana de manifestantes partiu no sábado da região de Sidi Buzid, onde teve início a revolta, depois que o jovem Mohammed Bouazizi se imolasse em 17 de dezembro depois de a Polícia retirá-lo de seu posto de vendedor ambulante de verduras.

 

"Tunísia é livre, o RCD fora", gritam os manifestantes em referência ao partido do poder de Ben Ali, que conta com 12 dos 19 ministros do Governo de transição, a maioria nos postos chaves como Interior, Defesa, Exteriores e Finanças.

A praça do Palácio de Governo se transformou em um acampamento de protesto improvisado com colchões e algumas tendas de campanha, onde os habitantes da medina levam comida e bebida aos concentrados e se somam à manifestação.

 

Todas as paredes da histórica praça estão pintadas com palavras de ordem como "Abaixo a ditadura" "Liberdade", "RCD fora", "Viva a Revolução" e "Perigo, povo inflamável".

 

Estão à vista dos olhos também dezenas de fotos de Mohammed Bouazizi, além de cartazes com os nomes e as fotos de muitas das mais de 120 mortos da repressão da revolta social no país.

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