Copenhague vive noite de relativa calma após distúrbios

A polícia reforçou ainda mais seu posicionamento para evitar novos incidentes

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A capital dinamarquesa, Copenhague, viveu sua primeira noite sem incidentes após os distúrbios de quinta e sexta na cidade, que resultaram na prisão de mais de 600 jovens radicais. Milhares de pessoas voltaram a se manifestar no sábado contra o fechamento de um centro juvenil alternativo, mas desta vez não houve violência nas ações. Por sua vez, a polícia reforçou ainda mais seu posicionamento para evitar novos incidentes. Um porta-voz policial disse hoje que o retorno à tranqüilidade se deveu fundamentalmente à detenção preventiva de jovens violentos nos últimos dias, especialmente durante uma batida feita no sábado de manhã e que teve como saldo mais de 90 detidos em vários edifícios, muitos deles estrangeiros. Segundo números policiais, entre as várias centenas de detidos estão 140 estrangeiros, em sua maioria alemães, suecos e noruegueses que vieram à capital dinamarquesa exclusivamente para participar dos distúrbios. De acordo com as autoridades, nas duas noites de extrema violência os manifestantes incendiaram pelo menos 40 automóveis e fizeram barricadas construídas com contêineres de lixo, além de destruir uma creche, um colégio de ensino médio, e lojas. O jornal liberal dinamarquês Politiken expressou o espanto da sociedade dinamarquesa pelo ocorrido e, especialmente, ante a extrema violência de alguns grupos de manifestantes. "Agora todos os cidadãos jovens, adultos e idosos de Copenhague devem tomar ar com tranqüilidade. Nenhum sonho de um centro juvenil pode justificar que bicicletas e automóveis de outras pessoas sejam destruídas ou queimadas", disse a publicação. "Sem esquecer todos os erros políticos, não existe justificação alguma para uma ira destrutiva descontrolada. Copenhague precisa de diversidade e espaços livres para a conseqüente realização de sonhos, mas não anarquia", completa. A Polícia de Copenhague recebeu reforços de toda Dinamarca para enfrentar os violentos manifestantes, enquanto os responsáveis alfandegários do país escandinavo e da Alemanha fizeram um trabalho conjunto para controlar as fronteiras e evitar a chegada de mais radicais alemães à capital dinamarquesa. Os distúrbios ocorreram nas proximidades do chamado Estado Livre de Cristiania - complexo urbano no centro de Copenhague fundado pelo movimento hippie em 1971, e que abriga uma grande comunidade anarquista. O clube jovem Ungdomshuset de Copenhague estava ocupado ilegalmente desde 1981 e foi vendido no ano passado pela Prefeitura da capital a uma igreja independente. Após serem despejados pelas forças antidistúrbios na noite de quinta-feira, os jovens dinamarqueses reivindicaram a ajuda solidária de outros jovens radicais de países vizinhos, muitos dos quais se juntaram a eles nos conflitos da noite de sexta-feira.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.